O senador Marcelo Castro (MDB) enfatizou, em entrevista ao Conecta Piauí, que o Projeto de Lei que iguala o abordo ao crime de homicídio é coisa de troglodita.

Durante a entrevista, Marcelo Castro expressou sua opinião sobre a matéria. “Isso é um retrocesso muito grande, é um desserviço ao processo civilizatório. A pessoa que tem uma ideia de fazer, de propor uma coisa dessas, é uma pessoa que tem compromisso com as cavernas, isso é coisa de troglodita, de gente que não tem a menor noção do que é o respeito, a dignidade do ser humano. Querer comparar uma mulher que foi estuprada, uma jovem, uma criança, porque passou de vinte e duas semanas a ser um homicida, isso é uma coisa mais absurda, mais insensata, mais disparatada, coisa de mentecapto. Isso é uma coisa que todo cidadão, todo ser humano deve se sentir indignado de nos dias de hoje, a pessoa fazer uma proposta tão absurda dessa", disparou.

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O parlamentar ainda afirmou que uma ideia assim caberia no tempo das cavernas. "Se isso fosse uma coisa feita  no tempo que o homem vivia nas cavernas, que não tinha conhecimento, até se entederia, mas nos dias de hoje, isso é um desserviço ao processo civilizatório da humanidade.”, completou.

Foto: Joseph Silva/Conecta Piauí

Senador Marcelo Castro

Marcelo Castro ainda concluiu. “Isso é uma coisa que não tem a menor chance de passar no parlamento brasileiro" disse.

As afirmações do senador foram realizadas durante a Caravana Federativa, que ocorreu nos últimos dias 20 e 21 de junho, na capital do Piauí.

PL Antiaborto 

Na semana passada, a partir de uma manobra de Arthur Lira e com uma votação-relâmpago, a Casa aprovou um requerimento para tramitação do PL em regime de urgência. A análise do mérito, porém, ainda não tem data para ocorrer, especialmente após a forte reação que tem gerado e muitos debates entre os deputados.

Na prática, o projeto de lei em tramitação prevê que a pena para a mulher que interromper a gravidez seja mais dura que aquela a ser imposta ao homem que a estuprou. Ao ser equiparado ao homicídio simples, o aborto levaria a uma pena entre 6 e 20 anos.

O autor do projeto de lei é o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ).