Operação Cerco Fechado: Draco mira em adolescentes envolvidos em crimes graves

A Operação Cerco Fechado, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí nesta quinta-feira (02/10), revelou um cenário preocupante: a crescente participação de adolescentes em crimes de alta gravidade. A ação, que mobilizou mais de 500 policiais em todo o estado, resultou em 63 prisões, apreensão de nove veículos, armas, celulares e mais de R$ 778 mil em dinheiro e bens.

Em Teresina, o Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) cumpriu 30 mandados judiciais, sendo 15 de busca e apreensão, contra uma célula ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC) no bairro Parque Universitário, zona Leste. Nove suspeitos foram presos, entre eles adolescentes de 15 a 17 anos com histórico de envolvimento em roubos, invasões a residências, sequestros-relâmpago e homicídios.

Segundo as investigações, os jovens eram integrados diretamente às ações criminosas por adultos já reincidentes, alguns com mais de 10 passagens pelo sistema prisional ou socioeducativo. Além disso, o grupo usava bailes de reggae para fortalecer vínculos, ostentar armas e gravar vídeos de apologia ao crime.

Para a Polícia Civil, esse fenômeno exige uma nova postura de enfrentamento.

“Nós temos que elaborar um planejamento uniforme em todas as unidades da federação, intensificar as atividades de inteligência. É inadmissível que hoje tratemos o menor de idade, membro de uma facção criminosa, nos mesmos moldes que esse adolescente era tratado no início da década de 90”, destacou o delegado Charles Pessoa.

A declaração reflete a preocupação com a forma como o crime organizado vem cooptando adolescentes, transformando-os em peças-chave de facções criminosas. Para as autoridades, a realidade atual exige estratégias mais modernas e integradas de prevenção, repressão e responsabilização.