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Sargento ameaçou jornalista piauiense em áudio para evitar denúncia de agressões

No áudio, o sargento relata que haverá consequências caso a vítima continue fazendo as denúncias

A jornalista piauiense Yara Ataide, que revelou ter sido vítima de agressões por parte do ex-marido , o sargento do Corpo de Bombeiros, Gilvan Freitas Rodrigues , afirmou que foi ameaçada por ele após tornar pública a violência doméstica que sofreu durante sete anos. Ela relatou que, na quarta-feira (18/09) ele lhe enviou uma mensagem de áudio pelo WhatsApp com novas ameaças, caso continue com as denúncias.

Foto: Reprodução/Instagram
'Se eu perder minha farda...', ameaçou sargento em áudio para jornalista piauiense

No áudio, divulgado pela própria Yara, é possível ouvir Gilvan dizendo que, se ele perder o cargo no Corpo de Bombeiros, tanto ela quanto os filhos também sofrerão as consequências. Nas primeiras denúncias da jornalista, foi divulgado um vídeo onde registrou uma das agressões sofridas.

“E outra coisa. Tu esquece que, se por acaso eu perder minha farda, eu vou prejudicado, teus filhos vão junto, tu vai junto. Eu acho que tu esquece isso também, né? Mas vai à vontade. Vai embasada, viu? Vai embasada, porque o feitiço pode virar contra o feiticeiro”, disse o sargento em áudio.

Confira o áudio:

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Corpo de bombeiros emitiu nota

O Corpo de Bombeiros emitiu uma nota onde informa sobre o procedimento istaurado contra Gilvan, que irá investigar sua conduta tanto no exercício de sua profissão, quanto em sua vida privada. A corporação também afirma que "qualquer comportamento que atente contra a dignidade da pessoa humana não reflete os valores do CBMEPI".

Confira a nota na íntegra:

"O Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Piauí (CBMEPI) informa que, na manhã desta quinta-feira (19), tomou conhecimento das imagens recentemente veiculadas na mídia, supostamente envolvendo um bombeiro militar da corporação em um ato de violência doméstica. Em resposta, foi determinada a abertura de um procedimento administrativo para apurar a conduta do militar.

Reiteramos que qualquer comportamento que atente contra a dignidade da pessoa humana não reflete os valores do CBMEPI. Não apoiamos, incentivamos ou compactuamos com qualquer tipo de violência. Reafirmamos nosso compromisso com os direitos humanos, a proteção da integridade das mulheres e a promoção de uma sociedade segura, baseada no respeito, dignidade e acolhimento, que são deveres de todo agente de segurança pública.

Informamos também que o Estado do Piauí oferece diversos centros especializados de apoio às mulheres vítimas de violência, onde podem buscar acolhimento, suporte e orientação."

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