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Condenado por estuprar adolescente fica como 1º suplente de vereador no Piauí

O criminoso condenado não deveria disputar as eleições municipais já que possui ficha criminal

O funcionário público Gasparino Lustosa Azevedo, mesmo condenado em definitivo – onde não há mais como recorrer - por estuprar uma adolescente, de 17 anos, na zona Rural de Sebastião Barros, desde 2022, conseguiu uma certidão de ficha limpa, em agosto de 2024. Com a documentação emitida de forma errada, o criminoso concorreu a vereador no município.

Foto: ReproduçãoCondenado por estuprar adolescente fica como 1º suplente de vereador no Piauí
Condenado por estuprar adolescente fica como 1º suplente de vereador no Piauí

Com 135 votos, Gasparino não se elegeu, porém, se tornou o primeiro suplente do PT na câmara da cidade com 3.202 habitantes, localizada a 900 km de Teresina. Ou seja, caso um titular do cargo eleito desista ou tenha mandato cassado, o condenado pode assumir a vaga.

O caso

Gasparino Azevedo atua como agente de saúde da prefeitura de Sebastião Barros desde o ano de 2013. O estupro aconteceu no Natal de 2015. De acordo com a sentença, o criminoso violentou a vítima, na época com 17 anos, por mais de uma hora dentro de seu carro.

O condenado chegou a fazer ameaças de morte e espancou a adolescente, a qual ficou inconsciente em certo momento. Após o estupro, Gasparino abandonou a vítima quase totalmente nua e empreendeu fuga. Ela sofreu várias lesões e ficou traumatizada por dias.

A primeira condenação sobre o caso veio em 2019, tendo sua condenação definitiva decretada em 2022. Porém, o criminoso não foi preso e, no dia 4 de outubro de 2024, dois dias antes das eleições municipais, a Justiça do Piauí expediu o mandado de prisão. Até o momento, Gasparino é considerado foragido.

Certidão de ficha limpa

Caso a certidão de ficha limpa tivesse sido emitida corretamente, revelando que o servidor público havia sido condenado a 10 anos de prisão por estupro de vulnerável, a Justiça Eleitoral poderia ter impedido sua candidatura com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe a participação nas eleições de pessoas condenadas em definitivo por certos tipos de crimes.

Mesmo juiz em duas decisões

O processo contra Azevedo teve início em 2016. Em 2018, ele se afastou do serviço público devido a um acidente, mas continuou recebendo seu salário mensal de R$ 2,8 mil.

Em 26 de setembro de 2019, a Justiça do Piauí o condenou a 10 anos de prisão pelo crime de estupro de vulnerável. Por ser um crime hediondo, a pena deveria ser cumprida em regime fechado, na Penitenciária Major César.

Azevedo recorreu da sentença em liberdade, e, em 2022, a condenação foi confirmada, tornando-se definitiva, ou seja, transitou em julgado. A partir desse momento, segundo a decisão judicial, ele deveria ter sido preso.

No entanto, a prisão jamais ocorreu e, em 4 de outubro de 2024, apenas dois dias antes do primeiro turno das eleições, o juiz Noé Pacheco de Carvalho — o mesmo que, em 29 de agosto, havia autorizado a candidatura de Gasparino Azevedo — emitiu uma ordem de prisão.

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