Ex-marido de designer de sobrancelhas é condenado por esfaquear vítima em Teresina
Na época do crime, o homem esganou e desferiu diversos golpes de faca nas pernas da mulher
O Tribunal do Júri da Comarca de Teresina condenou, nesta terça-feira (11/11), Anderson Figueredo do Amaral a seis anos e três meses de reclusão em regime fechado e um ano e 26 dias de detenção em regime semiaberto, além de 180 dias-multa, pelos crimes de lesão corporal grave e descumprimento de medida protetiva contra sua ex-esposa, Nathalia Cantuário.
De acordo com as investigações, o crime ocorreu em julho de 2023, poucos dias após a vítima solicitar medidas protetivas devido a ameaças feitas pelo agressor. No dia do ataque, Anderson teria se aproximado da residência de Nathalia se passando por entregador, utilizando uma terceira pessoa para enganar a vítima. Assim que o portão foi aberto, ele a agarrou, esganou e desferiu diversos golpes nas pernas, causando graves ferimentos.
Inicialmente, o caso foi denunciado pelo Ministério Público do Piauí (MPPI) como tentativa de feminicídio qualificada, mas o Conselho de Sentença decidiu desclassificar o crime para lesão corporal de natureza grave, por não reconhecer intenção de matar. O julgamento foi presidido pelo juiz Ronaldo Paiva Nunes Marreiros, com atuação do promotor de Justiça Ubiraci de Sousa Rocha, representando o MPPI, e dos advogados de defesa Smailly Araújo Carvalho da Silva e Carlos Eduardo de Sousa Costa.
Durante a sessão, Nathalia prestou depoimento de forma remota, com autorização judicial, por temer estar diante do agressor. A acusação defendeu a condenação por tentativa de feminicídio, enquanto a defesa argumentou ausência de dolo, tese acolhida pelos jurados.
Na sentença, o magistrado negou ao réu o direito de recorrer em liberdade e determinou a intimação pessoal de Anderson em audiência, além da expedição de mandado de recolhimento provisório em caso de descumprimento das medidas judiciais.
Após a leitura da decisão, o Ministério Público informou que recorrerá ao Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), buscando a reavaliação do veredito e a possível reclassificação do crime para tentativa de feminicídio.
