Novos detalhes revelam crueldade em feminicídio de garota de programa em Teresina
Dois homens confessam envolvimento no crime que terminou em estrangulamento e queima do corpoNovos detalhes vieram à tona sobre o assassinato de Emilly Yasmyn Silva Oliveira, de 24 anos, natural de Petrolina (PE), desaparecida desde 30 de novembro e encontrada morta no sábado seguinte, em uma área de mata na Estrada da Alegria, zona Sul de Teresina. Dois homens, Hilton Carvalho e Carlos Roberto, tiveram a prisão decretada e confessaram participação no crime. O corpo da vítima foi localizado carbonizado, e a identidade será confirmada por exames periciais. O pai da jovem está em Teresina para fornecer material genético.
Em entrevista à TV Cidade Verde, o pai, Charles Oliveira, classificou o caso como um crime covarde e lamentou profundamente a morte da filha. Ele afirmou que Emilly era “uma pessoa maravilhosa”, ressaltou que a profissão era uma escolha dela e que não cabia a ele julgá-la. Emocionado, disse que sua missão agora é buscar justiça e garantir um enterro digno para a jovem. Ele também prestou esclarecimentos no DHPP, que estima liberar o corpo em até 10 dias.
De acordo com a investigação, Emilly havia aceitado um programa de R$ 1.500 com um dos suspeitos, mas o homem tentou pagar apenas R$ 500, o que gerou uma discussão que culminou no estrangulamento. O corpo foi levado para uma área de mata, onde os suspeitos teriam ocultado e queimado os restos mortais. A polícia apura se ambos atuaram juntos não apenas na ocultação, mas no próprio ato de matar a vítima.
Um motorista por aplicativo foi essencial para reconstruir os últimos passos da jovem. Ele contou que pegou Emilly no bairro Dirceu após um programa e seguiria para o Centro, onde ela estava hospedada. No trajeto, a jovem aceitou outro atendimento na zona Sul e mudou a rota. O motorista disse que a alertou sobre o risco da região, mas ela decidiu seguir. Ao chegar ao local, o contratante se recusou a pagar a corrida extra, e dois homens estavam na área, um em frente a um imóvel e outro no terreno baldio. A jovem desceu afirmando que eles arcariam com o valor, mas o motorista percebeu que não possuíam dinheiro.
Os investigadores localizaram o dono da residência e depois seu colega, que tentou negar envolvimento, mas acabou confessando o estrangulamento. Ele relatou que ofereceu um valor menor pelo programa, houve discussão e, segundo sua versão, sentiu-se coagido, imobilizando a jovem com um “mata-leão” e depois utilizando um fio de cobre para matá-la. Em seguida, indicou à polícia onde o corpo foi ocultado e queimado. O dono da casa também foi conduzido ao Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa, acusado de ajudar a esconder o cadáver.
A polícia trabalha com a hipótese de feminicídio majorado, devido à forma cruel de execução e à incineração do corpo, que pode ter sido uma tentativa de eliminar vestígios que apontem outras violências, incluindo possível estupro. Os investigadores não descartam que os dois homens tenham atuado juntos tanto na morte quanto na ocultação e queima do corpo. O caso segue em investigação pelo DHPP.