A Polícia Civil do Piauí revelou detalhes sobre o funcionamento do chamado “Gabinete do Ouro”, grupo investigado por envolvimento em supostos crimes de corrupção, rachadinha e lavagem de dinheiro dentro da Prefeitura de Teresina entre os anos de 2021 e 2024. As informações foram obtidas a partir de uma denúncia anônima que deu origem a uma ampla investigação conduzida pelo Departamento de Combate à Corrupção (DECCOR).

Foto: Divulgação/Polícia Civil

Operação Gabinete de Ouro

De acordo com o delegado Ferdinando, responsável pelo caso, o esquema era articulado por servidores e ex-assessores ligados ao alto escalão da antiga gestão municipal. “A gente iniciou esse trabalho depois de uma denúncia encaminhada à nossa unidade informando situações delitivas dentro da antiga gestão de Dr. Pessoa. Quando a gente identificou, fez diligências e conseguiu demonstrar algumas condutas envolvendo alguns agentes públicos e servidores”, afirmou.

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As apurações apontam que o grupo usava servidores comissionados e terceirizados como operadores financeiros, movimentando recursos desviados por meio de construtoras e prestadoras de serviços contratadas pelo município. Ainda segundo o delegado, a estrutura contava com pessoas em posições estratégicas que facilitavam o fluxo de dinheiro ilícito e a ocultação de bens.

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Operação Gabinete de Ouro

A Operação Gabinete de Ouro, deflagrada nesta terça-feira (14/10), cumpriu 14 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão temporária e determinou o bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 75 milhões. Entre os itens sequestrados estão imóveis de luxo, veículos, valores em contas bancárias, terrenos e apartamentos de alto padrão.

Durante a ação, uma das presas foi Suelene da Cruz Pessoa, conhecida como “Sol Pessoa”, ex-assessora especial e sobrinha do ex-prefeito Dr. Pessoa. Ela foi detida em sua residência no residencial Hugo Prado, zona Sul de Teresina. A Polícia também apreendeu documentos, cerca de R$ 5 mil em espécie, um notebook e um celular.

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Dr. Pessoa nega parentesco com ex-assessora presa na Operação Gabinete de Ouro

Ainda conforme o delegado, o trabalho de investigação ainda está em andamento. “O objetivo da apreensão é recolher material e evoluir com o trabalho, dentro do que a gente aprendeu. Nós temos 14 mandados de busca e apreensão, sequestro e quatro mandados de prisão temporária. A gente está mensurando ainda o prejuízo, mas a ordem de sequestro é de pouco mais de 70 milhões de reais”, detalhou.

Além do “Gabinete de Ouro”, a Polícia Civil também deflagrou uma segunda fase, chamada Operação Interpostos, voltada à apuração de crimes de lavagem de dinheiro associados ao mesmo grupo. As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear o destino dos valores desviados.