Diretor de Ai Que Vida rebate polêmica em campanha da Segurança pelo Dia do Piauí

Cineasta afirma ter tido liberdade criativa total e nega teor racista em vídeo publicitário
Redação

O cineasta Cícero Filho, conhecido nacionalmente pelo sucesso do filme Ai que Vida, usou as redes sociais para esclarecer uma polêmica envolvendo uma campanha publicitária produzida por ele para o Governo do Piauí. Em um vídeo publicado nesta semana, o diretor explicou que a peça, uma das várias produzidas dentro da ação institucional, foi mal interpretada por parte do público e de perfis nas redes sociais, que o acusaram de associar jovens negros à criminalidade.

Foto: Reprodução
Diretor de Ai Que Vida rebate polêmica em campanha da Segurança pelo Dia do Piauí

Cícero afirmou que a campanha foi realizada sob liberdade criativa total, uma condição contratual que ele mesmo exigiu para desenvolver os roteiros de forma independente. “Eu só aceitei o trabalho com liberdade criativa, inclusive na criação. Só me deem os temas a serem abordados e eu desenvolvo e entrego”, explicou. Segundo ele, o projeto foi um sucesso e teve ampla aprovação até o surgimento de críticas infundadas.

O ponto central da controvérsia, conforme o diretor, é uma das esquetes que retrata personagens envolvidos em um roubo de celulares. Alguns perfis no Instagram e sites noticiaram que o vídeo mostrava “jovens negros interpretando ladrões” em uma suposta associação estereotipada. Cícero Filho rebateu com firmeza a acusação e fez questão de contextualizar. “Na verdade, independente de cor, não são dois ladrões, são três. O Valdir também é ladrão. Quem assistiu 'Ai que Vida' vai lembrar dessa cena, dois rapazes brancos, galãs de novela, roubando perfume. Ou seja, é ladrão roubando ladrão”, explica.

O cineasta explicou ainda que o roteiro da esquete não surgiu do zero. A história já havia sido publicada nas redes sociais pelos humoristas André Dark e Santiago, conhecidos por seus vídeos de humor. “Eu liguei para o André e pedi autorização. Ele me autorizou, desde que participasse. Eu aceitei porque eles são muito talentosos. Foi um dia leve, divertido, e eles criaram outras esquetes também, com minha autorização”, relatou Cícero.

Para ele, a tentativa de transformar o conteúdo em polêmica tem mais a ver com ataques pessoais do que com uma causa legítima. “Esse perfil não está levantando uma causa, está apontando um alvo e querendo atacar. É diferente defender uma pauta e querer atingir alguém”, disse. O diretor afirmou que recebeu com tranquilidade o debate nas redes, mas lamentou o direcionamento negativo de algumas postagens.

Cícero Filho encerrou sua fala reforçando o sucesso da campanha e aproveitou para anunciar que trabalha na continuação do filme Ai que Vida, obra que se tornou um marco do cinema piauiense e da produção audiovisual nordestina. “Vou dar o meu melhor para que seja realista, fiel ao que foi feito. Dar continuidade a um filme não é fácil, mas estou empolgado”, concluiu o cineasta.

Veja o vídeo:

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