Aos 92 anos, morre Álvaro Pacheco, um dos grandes nomes da cultura piauiense
Jornalista, editor e autor de 12 livros, ele faleceu no RJ após complicações do AlzheimerO poeta, jornalista e membro da Academia Piauiense de Letras, Álvaro dos Santos Pacheco, morreu nesta sexta-feira (21/11), aos 92 anos, no Rio de Janeiro. Ele enfrentava complicações de saúde decorrentes do Mal de Alzheimer. Imortal da Cadeira nº 30 da APL, deixa uma das trajetórias mais importantes para a cultura, a literatura e o jornalismo brasileiro.
Nascido em Jaicós, em 1933, Álvaro Pacheco mudou-se para o Rio em 1959, onde construiu carreira marcante. Formado em Direito, atuou em veículos como Folha da Manhã, Jornal do Brasil, O Cruzeiro, Manchete e O Jornal, participando de momentos decisivos da imprensa nacional. Também integrou a equipe que reformulou o Jornal do Brasil no final dos anos 1950 e coordenou a inauguração do Pavilhão Internacional do Campo de São Cristóvão em 1958.
Como editor e empresário cultural, modernizou o mercado gráfico com a Editora Artenova, pioneira na introdução da composição eletrônica no Brasil. Expandiu-se ainda para o audiovisual, criando a Artenova Filmes e a Ariel Cinematográfica, responsáveis por produções e distribuições no país.
Autor de 12 livros de poesia, publicou obras como Pastos da Solidão, A Matéria do Sonho, O Sonho dos Cavalos Selvagens e A Balada do Nadador no Infinito, com a qual recebeu o Prêmio Nacional de Literatura do Pen Clube do Brasil. Em 1992, lançou Geometria dos Ventos, com poemas traduzidos para o inglês e o italiano. Sua escrita, marcada por temas existenciais e afetivos, conquistou a admiração de nomes como Carlos Drummond de Andrade.
Álvaro Pacheco deixa um legado profundo e permanente para a literatura e a memória cultural brasileira.