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Quase 15% das mortes materno no Piauí tem a eclampsia como causa

Foram 58 casos entre 2013 e 2022, tornando-se a segunda maior causa de morte para esse público
Redação

Em uma década, o Piauí registrou 410 óbitos maternos, dos quais 14% tiveram como causa a eclampsia. Foram 58 casos entre 2013 e 2022, tornando-se a segunda maior causa de morte para esse público. Os dados fazem parte de um estudo de epidemiológico, elaborado por um grupo de profissionais do Centro Universitário Uninovafapi e apresentado, mês passado, durante a XXX Jornada Piauiense de Ginecologia e Obstetrícia. 

Foto: ReproduçãoQuase 15% das mortes materno no Piauí tem a eclampsia como causa
Quase 15% das mortes materno no Piauí tem a eclampsia como causa

O levantamento que, também, traçou o perfil da mortalidade materna por eclampsia no Estado, teve como base o sistema de informações de agravos de notificações (SINAN), disponibilizados pelo Departamento de Informática dos Sistema Único de Saúde (DataSUS). Foi verificado que, no período analisado, a eclampsia ocorreu em pelo menos 8% das mulheres em período gestacional e puerperal, aumentando, assim, as taxas de mortalidade. 

De acordo com o estudo, entre as 58 mulheres que perderam a vida por conta da eclampsia a maioria tinha entre 30 a 39 anos, afetando 43% delas. Já os óbitos foram mais frequentes em mulheres pardas, com 75,3% do total. Entre a taxa de escolaridade, exatas 19 das 58 vítimas, ou seja, quase 33%, tinham de quatro a sete anos de estudo, apenas. Para completar o perfil dos óbitos, a maioria era casada (29,4%) e faleceu no hospital mesmo (84,5%). 

“Concluímos que a eclampsia permanece sendo uma das principais causas de morte materna no Piauí, concentrando-se entre as mulheres adultas, pardas e com baixa escolaridade”, pontuou a médica Silmara Ferreira de Oliveira, uma das autoras do estudo, acrescentando que é fundamental o aperfeiçoamento das medidas de diagnósticos precoce e tratamento pré-eclampsia pela rede de atenção à saúde no Estado. 

Foto: ReproduçãoEm uma década, o Piauí registrou 410 óbitos maternos
Em uma década, o Piauí registrou 410 óbitos maternos

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Rede Brasileira de Estudos sobre Hipertensão na Gravidez (RBEHG) estimam que 80 mil mortes maternas e 500 mil mortes fetais ocorram anualmente em todo o mundo decorrentes de doenças hipertensivas na gravidez. São números alarmantes, em grande parte dos casos causados pela pré-eclampsia, complicação potencialmente perigosa da gestação caracterizada pela pressão arterial elevada.  

 No Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 1,5% das gestantes, com a prevalência e a mortalidade materna variando de acordo com as condições socioeconômicas da população. Nas regiões mais desenvolvidas, a prevalência é de 0,2% e mortalidade materna de 0,8%. Já nas regiões menos desenvolvidas, a prevalência é de até 8,1% com 22% de mortalidade materna.

O que é a Pré-Eclâmpsia?

É uma doença que se dá no início da gravidez quando a placenta se desenvolve de maneira disfuncional. Isso faz com que o órgão, depois do quinto mês de gravidez, passe a jogar na circulação uma série de produtos que levam ao comprometimento de toda a vascularização da mulher, gerando uma grande resposta inflamatória, que combinada com os vasos sanguíneos vão levar como sinal clínico mais importante o desenvolvimento de hipertensão arterial. E a partir desse quadro essas mulheres passam a ter comprometimento de órgãos como fígado, rins, cérebro, pulmões, coração. A manifestação clínica e o comprometimento sistêmico dessas mulheres é extremamente variado. Elas terão em comum o desenvolvimento da hipertensão arterial, a chamada pressão alta. Isso precisa ser monitorado de maneira bem eficiente durante toda a gestação.

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