Vídeos e figurinhas de macacos escondem maus-tratos, apontam entidades
É o que aponta o relatório da Coalizão de Crueldade Animal nas Redes SociaisUma figurinha de um macaco andando com sua mochilinha nas costas pode ser uma boa opção para reagir quando alguém diz algo desconfortável em um grupo de WhatsApp. Mas, segundo o relatório da Coalizão de Crueldade Animal nas Redes Sociais (Social Media Animal Cruelty Coalition - SMACC, em inglês), por trás dos memes engraçados, os animais vêm sendo retirados de suas mães ainda bebês para serem domesticados e tratados como humanos em troca de likes e views nas redes sociais.
De acordo com as entidades que assinam o documento, o conteúdo com macacos gerou mais de 12 bilhões de visualizações. Esses números se refletem depois em dinheiro, como no YouTube e TikTok, que monetizam conteúdos por visualização.
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O relatório mostra que:
- 13% do conteúdo apresenta tortura psicológica: macacos são obrigados a sentir medo e angústia em resposta a sustos, provocações e negação de comida para reações que, depois, são compartilhadas;
- 12% mostraram macacos sendo torturados fisicamente;
- 60% dos links mostraram macacos de estimação sendo abusados fisicamente;
Todos os macacos exibidos nas redes sociais provavelmente experimentaram sofrimento psicológico devido ao tratamento.
Animais andando, comendo e vivendo como humanos
Em uma breve busca pelo X, antigo Twitter, é possível encontrar milhares de vídeos em que macacos aparecem usando roupas humanas, tomando banho ou tomando suco de canudinho. Os trechos podem parecer inocentes, mas escondem tortura e desconforto do animal em troca de entretenimento.
Macacos são animais selvagens que não usam roupas, não andam de pé e, para que consigam fazer tudo isso, os bastidores da gravação escondem violência. Segundo o relatório, a maioria desses animais são capturados muito bebês, retirados de suas mães, que muitas vezes acabam mortas.
O documento explica que há registros online dos “tutores” ensinando os animais a ficarem de pé. Para isso, eles permanecem com roupas que prendem suas mãos, obrigando-os a tentar usar as pernas para se locomover.