Tenente da PM foi autor do disparo que matou a criança Débora Vitória

Débora Vitória, criança de seis anos de idade, morreu durante uma tentativa de assalto no bairro Ilhotas, zona Sul de Teresina, em novembro de 2022. O inquérito policial sobre o caso, concluído pelo DHPP em dezembro de 2022, confirmou que a bala que matou a criança partiu da arma do tenente da Polícia Militar do Piauí (PM-PI), Bernardo Filho, que reagiu aos tiros do assaltante. A utilização de um scanner 3D afirmou que o PM foi o autor do tiro.

Ao Conecta Piauí, a delegada Nathalia Figueiredo, que presidiu o inquérito policial, explicou, nesta segunda-feira (08/05), que a microcomparação balística é categórica e é uma prova objetiva de que a partícula de chumbo encontrada no corpo da criança partiu da arma apresentada pelo PM.

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

Débora Vitória

“A microcomparação balística é categórica e é uma prova objetiva, não há como se discutir, que a partícula de chumbo encontrada no corpo da criança partiu da arma apresentada pelo PM. Então mesmo havendo uma possibilidade de ocorrência naquilo que ele relatou na versão dele, mas isso é afastado pela microcomparação balística. Então de fato não foi a arma do Clemilson que matou a criança”, explicou.

ACAREAÇÕES

As acareações entre os que estavam presentes no dia do assalto, segundo a delegada Nathalia Figueiredo, foram realizadas para que não houvessem dúvidas.

“Também, até pela questão da dinâmica, foram realizadas acareações. Então eu realizei acareação entre a mãe e o PM e do PM com Clemilson. O que que acontece? Tanto a mãe como o Clemilson são enfáticos de dizerem que o PM estava alcoolizado. Inclusive, o Clemilson afirma na oitiva dele que o PM estava tão alterado que estava tirando a esmo, ou seja, sem saber direito para que rumo ele estava tirando. E eles estavam em uma situação que envolvia civis numa linha de disparos porque a mãe e a criança estavam entre os dois”, pontuou.

De acordo com a delegada, ainda na sexta-feira (05/05), o inquérito foi remetido à justiça com as conclusões, laudos e agora está à disposição do poder judiciário. A profissional também informou que manteve o indiciamento do oficial da PM pelo crime de homicídio qualificado por dolo eventual.

“Diante de tudo, eu mantive o meu indiciamento [do policial] por dolo eventual, ou seja, ele assumiu sim o risco de produção do resultado, indiciei elepor homicídio qualidifcado por dolo eventual e qualificado porque a vítima é menor de 14 anos”, informou a delegada.

ENTENDA O CASO

A pequena Débora e sua mãe, Dayane Gomes, estavam chegando em casa quando foram surpreendidas pelo suspeito que anunciou assalto. Conforme os relatos de testemunhas, o PM teria visto a ação, reagiu e teria iniciado os disparos, atingindo a criança. Depois, o assaltante também teria realizado disparos.

Após ser atingida, Débora foi socorrida, mas não resistiu e morreu. A mãe foi atingida na perna e sobreviveu.

Nas redes sociais, Dayane publicou vídeos acusando o policial de efeturar o disparo que matou a criança.

No dia da ocorrência o suspeito de 29 anos, Clemilson da Conceição Rodrigues, foi preso suspeito de balear a mãe da criança durante a tentativa de assalto.