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Victoza: eficácia, riscos e impactos no tratamento do diabetes e obesidade

O Victoza tem ganhado destaque devido à sua eficácia e como se destaca nas opções terapêuticas
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O Victoza, medicamento desenvolvido pela Novo Nordisk, é amplamente utilizado no tratamento do diabetes tipo 2 e, em alguns casos, da obesidade. Com base na liraglutida, uma substância que imita a ação de um hormônio natural do corpo, o Victoza tem ganhado destaque devido à sua eficácia e à forma como se destaca entre as opções terapêuticas. A seguir, vamos explorar o que há de mais recente sobre o medicamento, seus benefícios, riscos e as evidências científicas que o respaldam.

Foto: ReproduçãoVictoza
Victoza

Como ele funciona

O Victoza é uma injeção subcutânea de liraglutida, um análogo do GLP-1 (glucagon-like peptide-1). Esse hormônio é naturalmente produzido pelo intestino e desempenha um papel essencial na regulação dos níveis de açúcar no sangue, além de promover a saciedade e influenciar o metabolismo de gorduras.

Ao imitar a ação do GLP-1, o Victoza estimula a liberação de insulina quando os níveis de glicose no sangue estão elevados, ao mesmo tempo em que inibe a liberação de glucagon, um hormônio que aumenta os níveis de glicose. Além disso, ele pode ajudar a diminuir o apetite, o que contribui para a perda de peso, um benefício adicional para pacientes com sobrepeso ou obesidade.

Benefícios e eficácia do Victoza

Diversos estudos clínicos têm demonstrado a eficácia do Victoza no controle do diabetes tipo 2, além de seu impacto positivo na perda de peso. Um estudo publicado no New England Journal of Medicine (2016) revelou que a liraglutida (presente no Victoza) resultou em um controle glicêmico superior quando comparado a outros medicamentos tradicionais para diabetes, como a metformina, além de promover uma redução significativa no peso dos pacientes.

Adicionalmente, uma análise de 2019 publicada na The Lancet concluiu que o tratamento com liraglutida não só controla melhor a glicose, mas também reduz o risco cardiovascular em pacientes com diabetes tipo 2. Esses achados são importantes, considerando que doenças cardíacas são uma das principais causas de morte entre pessoas com diabetes.

Victoza no tratamento da obesidade

Embora o Victoza seja principalmente utilizado para diabetes, ele também tem mostrado benefícios em pacientes com obesidade. A liraglutida foi aprovada em doses mais altas (3 mg) como tratamento para a obesidade sob o nome de Saxenda. A pesquisa demonstrou que a liraglutida pode ajudar a reduzir o peso corporal em até 10% em um período de 6 meses, uma perda significativa para pessoas que lutam contra a obesidade.

Um estudo publicado na JAMA (Journal of the American Medical Association) em 2015 demonstrou que, em pacientes com sobrepeso e obesidade, a liraglutida resultou em uma redução de peso média de 5,6 kg em 56 semanas. A combinação de perda de peso e controle glicêmico tem sido um dos maiores atrativos do medicamento, especialmente para pacientes que apresentam sobrepeso com diabetes tipo 2.

Foto: ReproduçãoVictoza
Victoza

Riscos e efeitos colaterais

Embora o Victoza tenha se mostrado eficaz no controle glicêmico e na perda de peso, como todo medicamento, ele não está isento de riscos. Os efeitos colaterais mais comuns incluem náuseas, diarreia e dor abdominal, que geralmente são temporários e diminuem com o tempo. No entanto, em alguns casos, o uso de liraglutida pode estar associado a problemas mais sérios, como pancreatite e distúrbios na vesícula biliar, o que torna essencial a monitorização médica regular.

Estudos também sugerem que o uso prolongado do Victoza pode estar relacionado a um pequeno aumento no risco de câncer de tireoide, embora esses achados não tenham sido conclusivos em todos os casos. Em 2013, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA) alertou sobre essa possível associação, mas não houve evidências suficientes para uma recomendação de retirada do mercado.

Outro ponto importante é que o Victoza pode não ser adequado para todos os pacientes. Ele é contra-indicado para pessoas com histórico de câncer medular da tireoide ou com síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2, além de não ser recomendado para pacientes com insuficiência renal grave.

Acessibilidade e custo

O custo do Victoza tem sido uma questão para muitos pacientes, especialmente em países onde a cobertura de saúde não é abrangente. Nos Estados Unidos, o custo médio mensal pode variar de US$ 800 a US$ 1.200, o que torna o acesso ao tratamento limitado para muitas pessoas, especialmente para aqueles que não têm seguro de saúde adequado.

Em países como o Brasil, o medicamento está disponível por meio do SUS (Sistema Único de Saúde) para pacientes com diabetes tipo 2 que não conseguem controlar a glicemia com medicamentos orais. No entanto, a distribuição é limitada, e em muitos casos, pacientes precisam recorrer a planos de saúde ou à compra particular para obter o medicamento.

Considerações

O Victoza representa uma opção importante no tratamento do diabetes tipo 2 e, em alguns casos, da obesidade. Seus benefícios no controle glicêmico e na redução de peso são amplamente documentados e respaldados por estudos clínicos. No entanto, como qualquer medicamento, ele não é isento de riscos e efeitos colaterais, sendo essencial que os pacientes discutam com seus médicos se este é o tratamento mais adequado para sua condição específica.

Embora o medicamento tenha mostrado resultados positivos, a decisão de iniciar o tratamento com Victoza deve ser baseada em uma análise cuidadosa dos benefícios e potenciais riscos, levando em consideração o perfil de saúde de cada paciente. Em um cenário de crescente obesidade e diabetes, o Victoza pode ser uma ferramenta valiosa, mas não é a única solução. A abordagem terapêutica sempre deve ser personalizada, levando em consideração o estilo de vida, hábitos alimentares, e outras comorbidades do paciente.

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