Apenas 8,4% das vias no Piauí têm rampas para cadeirantes, revela IBGE
No ranking nacional, o estado ficou entre os piores colocados
O Piauí tem apenas 8,4% de suas vias públicas com rampas para cadeirantes, segundo dados do Censo 2022 divulgados pelo IBGE nesta semana. O número evidencia a precariedade da acessibilidade urbana no estado, que, paradoxalmente, está entre os que mais concentram pessoas com deficiência no Brasil.
A média nacional também é preocupante: dois em cada três brasileiros vivem em locais sem rampas nas calçadas. Ainda assim, o percentual médio de vias com rampas no país é de 15,2% — quase o dobro do índice registrado no Piauí. Estado é um dos que mais concentram pessoas com deficiência no país, mas enfrenta sérios desafios de acessibilidade urbana
No ranking nacional, o estado ficou entre os piores colocados, superando apenas o Ceará, Maranhão, Pernambuco e Amazonas, que também apresentam índices abaixo da média nacional.
Especialistas em mobilidade urbana e inclusão destacam que a ausência de rampas representa uma barreira cotidiana não apenas para pessoas com deficiência física, mas também para idosos, mães com carrinhos de bebê e pessoas com mobilidade reduzida. A falta de infraestrutura adequada restringe o direito de ir e vir, perpetua desigualdades e agrava a exclusão social.
Além de um obstáculo prático, o dado evidencia a urgência de políticas públicas voltadas à acessibilidade, especialmente em estados como o Piauí, onde a demanda por inclusão é ainda maior. Organizações da sociedade civil cobram ações concretas e mais investimentos para garantir que as cidades sejam de fato acessíveis a todos.
A divulgação dos dados do Censo 2022 serve como alerta para governos estaduais e municipais. Sem planejamento urbano inclusivo, milhões de brasileiros seguirão à margem da mobilidade e da cidadania plena.