Chuva ainda vai demorar a cair no Piauí, alerta SAMPECE — e cada milímetro conta
Somente em janeiro, já sob influência do verão, é que todo o Piauí deve sentir a presença das chuvas
O céu ainda vai demorar um pouco para desabar em chuva sobre o Piauí. O alerta é do climatologista Pedro Aderaldo, da Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que acompanha de perto o comportamento das temperaturas e o avanço da umidade no estado. Segundo ele, os piauienses terão de esperar mais algumas semanas até ver os primeiros sinais mais consistentes do período chuvoso.
“A gente só vai ver chuvas realmente adensadas e robustas a partir de janeiro”, explica Aderaldo, direto da Sala de Monitoramento da Semarh. Até lá, o que se observa são chuvas isoladas, especialmente no sul do estado, que aos poucos avançam em direção ao centro e, por último, ao norte piauiense. O acompanhamento é feito pela SAMPECE, que é a Sala de Monitoramento e Previsão de Eventos Climáticos.
O especialista detalha que, neste mês de outubro, o total pluviométrico — ou seja, a soma de toda a chuva acumulada — deve ficar entre 100 e 130 milímetros no extremo sul. Em novembro, os volumes crescem um pouco, chegando a 160 milímetros em algumas áreas, mas ainda insuficientes para reverter a seca. “É pouco, não resolve o problema, apenas ameniza as altas temperaturas”, ressalta.
Em dezembro, a expectativa é de 200 a 230 milímetros na região sul e cerca de 130 a 160 milímetros nas áreas centrais e norte. Somente em janeiro, já sob influência do verão, é que todo o Piauí deve sentir a presença das chuvas de forma mais ampla, com acumulados de até 260 milímetros.
Enquanto isso, as temperaturas seguem elevadas, com médias variando de 22,5°C a 32,5°C nos próximos meses. O calor deve começar a ceder gradualmente à medida que a umidade aumenta — um alívio lento, mas bem-vindo.
E para se ter uma ideia da importância de cada gota: um único milímetro de chuva equivale a um balde de 10 litros cheio de água, caindo sobre cada metro quadrado de solo. Um lembrete simbólico — e real — de como a chuva é vital num estado onde o sertão ainda espera, paciente, pela renovação da terra. “As chuvas vão chegar, mas aos poucos. E cada milímetro conta”, conclui o climatologista.