IDH piauiense foi o terceiro que mais cresceu no país nas duas últimas décadas
O levantamento é do IBGE e mostra que o crescimento piauiense foi o terceiro maior entres os estados
Em duas décadas, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí cresceu 146%, saindo de muito baixo (0,484), em 2020, para alta (0,708), em 2020. O levantamento é do IBGE e mostra que o crescimento piauiense foi o terceiro maior entres os estados do país, ficando atrás apenas do Maranhão (146,8%) e Alagoas (147,3%).
Esse crescimento piauiense do IDH foi ratificado, semana passada, durante a reunião do G20 social, ocorrido em Teresina, pelo consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Antônio Claret, que apontou diversos avanços sociais no Piauí nos últimos 20 anos, que provocaram essa alta. O estudo aponta, ainda, o combate a fome no Estado.
“Os avanços dos indicadores sociais do Piauí, que foi piloto do Programa Fome Zero, demonstram que o Estado foi um dos que mais reduziu a pobreza no país, chegando a índices melhores que o de muitos países, como de Marrocos (África), Índia e Nepal, na Ásia”, declarou Claret, lembrando que diferente do Piauí, 70% dos países tiveram queda da expectativa de vida após a pandemia.
Todos os dados foram mapeados no estudo chamado "Mapeamento dos índices de desenvolvimento social". Claret aponta, também, que a melhoria no IDH do Piauí é resultado de vários fatores e políticas importantes no estado. “Podemos citar múltiplos atores: atores sociais, atores empresariais, os investimentos feitos no estado”, afirmou o pesquisador.
A pesquisa resulta de uma cooperação internacional entre o Governo do Piauí e o PNUD. “A perspectiva é mostrar aos outros países os avanços que nós tivemos no Piauí, para que as políticas públicas de sucesso que foram adotadas no Brasil e no estado possam servir de referência para outros países em patamares semelhantes de desenvolvimento humano”, explicou Claret.
O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a participação do estado no PIB nacional e a redução da desigualdade de renda foram cruciais para o aumento do IDH. A renda média no Piauí, medida pelo PIB per capita, cresceu 64% entre 2002 e 2022, diminuindo a diferença em relação à média nacional. Claret destaca que a universalização de programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, foi essencial.
“Nesses 25 anos, o aumento da cobertura de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e do Bolsa Família foi importante para esse processo de enfrentamento da pobreza e de avanço do desenvolvimento humano”, avaliou o pesquisador. A renda média do piauiense superou a do Nordeste nas últimas duas décadas passando de R$ 200 para R$ 680.
A pobreza caiu de 57% para 27% nos últimos anos e houve e melhoria significativa na segurança alimentar. Outro indicador de melhora é o Índice de Gini, que mede a concentração de renda. O índice caiu de 0,61 em 2010 para 0,52 em 2021, indicando uma distribuição mais justa da riqueza. A pobreza também diminuiu significativamente: o percentual da população em situação de pobreza e extrema pobreza caiu 70% entre 2000 e 2013.