Em Pauta

Incêndios em setembro no Piauí foram maior que o somatório do ano em 2024

O governador afirma que as mudanças climáticas já estão presentes no cotidiano das pessoas

No acumulado do ano, o Piauí registra um total de 6.696 focos de incêndio. Apesar de ser um número considerável, ele é 22% menor que o verificado no mesmo período de 2023. Na verdade, trata-se do quarto maior percentual de redução do país, atrás somente do Ceará (-31%), da Paraíba (-33%) e do Amapá (-78%). O Mato Grosso do Sul é o estado com maior crescimento de queimadas, chegando perto de 550% de aumento.

Todos os dados são do satélite de monitoramento de queimadas do INPE, que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que esse ano tem registrado números recordes em focos de incêndio no país. E justamente por essas altas, um alerta foi ligado para o Piauí, principalmente em setembro. É que, sozinho, o mês teve mais queimadas do que a soma de todos registros de incêndios nos outros meses do ano, em território piauiense.

Foto: Reprodução
Incêndios em setembro no Piauí foi maior que o somatório do ano em 2024

Foram exatos 3.152 focos em setembro, no Piauí, o equivalente a um a cada 20 minutos, em média. O corpo de bombeiros e brigadistas estão trabalhando muito desde o início do B-R-O-Bró, quando de fato começaram as grandes queimadas no Estado. Dois brigadistas chegaram a morrer no trabalho, na região de Gilbués. Tudo favorecido pelo forte calor e baixa umidade relativa do ar.

E o alerta tem que ser bem considerado, porque outubro já começou da mesma forma, indicando que pode vir mais uma onda de calor e incêndios. Só nos nove primeiros dias do mês, já são 625 registros de focos de incêndios no Estado, ou um caso a cada meia hora. O índice já é considerado tão alto que só fica atrás dos meses de agosto, que teve 1.489 incêndios; e de setembro, que até aqui é o maior.

Durante uma agenda institucional em Picos, na semana passada, o governador Rafael Fonteles falou sobre os esforços do Piauí para reduzir o número de queimadas, além de repudiar os incêndios criminosos. Fonteles destaca que o controle dos incêndios é uma questão delicada e que exige esforços de toda sociedade.

Foto: Reprodução
Corpo de Bombeiros

“O Piauí foi um dos únicos estados do Brasil que reduziu a quantidade de queimadas em relação ao ano passado. Não estamos satisfeitos, nós queremos reduzir mais ainda, penalizar aqueles incêndios provocados por algumas pessoas que insistem em fazer procedimentos inadequados e estamos aperfeiçoando a legislação”, aponta.

O governador afirma que as mudanças climáticas já estão presentes no cotidiano das pessoas de todo o Brasil. “Você nota que em outras regiões do país, o cenário é muito mais preocupante, como na Amazônia, no Pantanal, até em São Paulo. Tudo isso é um sinal de alerta para todo mundo se conscientizar e a gente acelerar o processo de descarbonização, de substituição dos combustíveis fósseis ou combustíveis limpos”, acrescenta.

O Governo do Estado do Piauí, por meio da Semarh, já havia publicado uma portaria que proíbe o uso do fogo por 60 dias, no período de 17 de setembro a 17 de novembro de 2024. Vale ressaltar que este período poderá ser estendido caso as condições climáticas e meteorológicas sejam desfavoráveis. De acordo com o Relatório Anual do Desmatamento no Brasil do MapBiomas de 2023 (RAD), o Piauí está na contramão dos índices de desmatamento, com redução de 8,3% do desmatamento total

Leia também