Mais de 15 mil ocorrências: o retrato da atuação dos Bombeiros no Piauí em 2025
Foram 2.866 chamados de incêndios, quase 12 por dia.O barulho do telefone que não para de tocar é o som cotidiano no quartel do Corpo de Bombeiros. De janeiro a agosto deste ano, foram exatas 15.388 chamadas no Piauí. Uma média que impressiona: a cada 25 minutos, alguém no estado pediu ajuda. Os dados são do painel nacional de segurança pública, disponibilizado pelo Ministério da Justiça, referentes as ocorrências bombeirísticas.
O número revela mais que estatística. Representa um aumento de 47,17% em relação ao mesmo período do ano passado — o segundo maior crescimento do Brasil, atrás apenas de Pernambuco, onde as ocorrências dispararam mais de 63%. No país como um todo, até agosto, foram registrados mais de 2,8 milhões de chamadas, uma alta de quase 5% em relação ao mesmo período do ano passado.
Quando se fala em bombeiros, a imagem imediata é de homens enfrentando labaredas. Mas os dados mostram que a realidade é mais diversa e complexa. O combate a incêndios ocupa apenas a terceira posição entre as principais atividades. O que mais mobilizou os bombeiros piauienses em 2025 foram as emissões de alvarás de licença e as vistorias de segurança, rotina silenciosa que evita tragédias antes que elas aconteçam.
Ainda assim, o fogo continua a ser um adversário diário. Até agosto, foram 2.866 chamados de incêndios, quase 12 por dia. Uma cena repetida em plantações, terrenos baldios e áreas urbanas, muitas vezes provocada por descuido humano.
Mas há também o trabalho de resgate, que não sai nos noticiários com a mesma frequência, mas salva vidas de forma tão ou mais significativa. Entre janeiro e setembro, os bombeiros atenderam 1.837 ocorrências de busca e salvamento — pessoas presas em veículos, afogamentos evitados no último instante, acidentes domésticos que poderiam ter terminado em luto.
Outro dado chama atenção: 1.102 atendimentos pré-hospitalares. São casos em que o socorro chega antes mesmo da ambulância, muitas vezes fazendo a diferença entre a vida e a morte.
As estatísticas, frias e secas no papel, escondem histórias de coragem e vulnerabilidade humana. Cada número carrega um rosto, uma voz em desespero do outro lado da linha. E traduz também a sobrecarga de uma corporação que precisa se dividir entre apagar incêndios, salvar vidas e fiscalizar o cumprimento da lei.
Mais do que números, os dados da segurança pública nacional mostram o quanto o Corpo de Bombeiros é chamado a intervir no cotidiano do Piauí — e revelam a dimensão silenciosa de um trabalho que, mesmo quando não aparece, está sempre por perto.