O Piauí andou mais em 2024. Literalmente. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do IBGE, em 239 mil lares piauienses pelo menos um morador arrumou as malas e partiu para uma viagem no último ano. O dado corresponde a 20,5% dos domicílios do estado e mostra um crescimento em relação a 2023, quando a taxa havia sido de 19,8%. Parece pouco, apenas 0,7 ponto percentual a mais, mas revela um movimento em sentido contrário ao do país.

Enquanto os piauienses ampliaram as saídas, o Brasil encolheu: foram 15 milhões de domicílios com registro de viagens em 2024, o equivalente a 19,3% do total — menos que os 19,8% do ano anterior. Ou seja, mais gente viajou no Piauí, menos gente viajou no Brasil.

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No ranking nacional, o Piauí aparece na 11ª posição entre os estados. Ainda longe do Distrito Federal, que lidera com 26,7% dos domicílios viajantes, e também distante dos índices do Tocantins (25,5%) e do Paraná (24,4%), que completam o pódio. Mas à frente de boa parte do país.

O dado, no entanto, carrega uma ironia do tempo: mesmo com a alta em 2024, o Piauí ainda não voltou ao patamar de 2020, em plena pandemia, quando a proporção de domicílios com viajantes havia chegado a 21,1%.

Na outra ponta do Brasil, a imobilidade chama atenção. Estados como Acre (7,7%), Amapá (8,4%) e Rondônia (9,9%) amargaram as menores proporções do país.

O retrato, enfim, é de contraste: um Piauí que redescobre o caminho das estradas, contra a maré nacional de retração. E que, mesmo com avanços tímidos, mostra que a vontade de circular, conhecer e revisitar lugares pulsa mais forte no coração de quem vive no meio-norte do Brasil.