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Cidade piauiense sobe no ranking nacional do agro

Baixa Grande do Ribeiro não é mais promessa. É colheita.
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No coração do cerrado piauiense, entre veredas e plantações que parecem não ter fim, Baixa Grande do Ribeiro alcançou mais um feito que a coloca no mapa do Brasil que dá certo. O município subiu duas posições no Índice de Desenvolvimento da Agropecuária Municipal (Idam), da Confederação Nacional de Municípios (CNM), e consolidou-se como o único representante do Piauí entre os 20 mais desenvolvidos do país. À frente, apenas São Desidério, na Bahia, ocupa o topo do ranking.

A façanha não é por acaso. Baixa Grande do Ribeiro se transformou, nos últimos anos, num símbolo da força do agronegócio nordestino — e de como o Piauí vem se reinventando longe dos grandes centros. O cerrado, que antes era visto como terra árida e inóspita, hoje pulsa com máquinas, silos, lavouras de soja, milho e algodão, além de projetos sustentáveis que começam a desenhar um novo equilíbrio entre produção e preservação.

O Idam, criado em 2022, avalia o desempenho dos municípios brasileiros em quatro dimensões: produção e produtividade, geração de emprego formal, captação de crédito agrícola e pecuário e arrecadação do Imposto Territorial Rural (ITR). A pontuação varia de 0 a 1 — quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento agropecuário. Baixa Grande do Ribeiro ultrapassou a marca de 0,8, índice que classifica os chamados “municípios agropecuários”, e integra um seleto grupo de apenas 150 cidades brasileiras nessa faixa.

A edição 2025 do Idam revela um cenário em movimento: 13 municípios caíram de faixa e outros 13 subiram. O avanço de Baixa Grande do Ribeiro simboliza a capacidade de adaptação de regiões que apostaram em tecnologia, manejo de solo e políticas públicas voltadas à produção sustentável. É também o reflexo de uma nova geração de produtores que aprendeu a dialogar com o meio ambiente e a enxergar o campo como espaço de inovação.

“O agronegócio não é só uma economia de máquinas e cifras — é uma economia de gente. Cada lavoura que cresce aqui tem o trabalho de famílias inteiras, de técnicos, motoristas, jovens que encontraram no campo um futuro”, diz um dos produtores locais, com o sotaque carregado e o orgulho de quem viu o município florescer.

Com uma produção que se espalha por mais de 8 mil quilômetros quadrados, Baixa Grande do Ribeiro mostra que o Piauí já não é um coadjuvante no mapa agrícola nacional. É protagonista. Um pedaço do Nordeste que planta, colhe e ensina que o desenvolvimento também brota do chão vermelho do cerrado.

E se os números do Idam ajudam a medir a força do agro, é na vida das pessoas que o resultado se confirma. Nas escolas técnicas que formam novos profissionais, nas estradas que escoam grãos e sonhos, e na autoestima de um município que aprendeu a fazer do campo um caminho de futuro.

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