Lagoa do Portinho tem captação irregular e pesca predatória identificadas
Além da captação irregular, a equipe encontrou indícios de supressão de vegetaçãoA luz dourada da tarde se espalhava pela Lagoa do Portinho quando as equipes da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) chegaram para mais uma ação de rotina. Ao lado do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA/PMPI) e da 2ª Companhia Independente de Policiamento Ambiental (2ª CIPA), os fiscais percorreram as margens e as áreas de preservação permanente observando cada detalhe – como quem acompanha de perto um patrimônio natural que pede socorro.
Logo nas primeiras verificações, foi identificada uma captação irregular de água destinada ao uso residencial de proprietários locais. A prática, embora grave, não tem relação direta com o recente recuo no nível da lagoa, fenômeno que tem preocupado moradores e mobilizado o debate ambiental. Mesmo assim, configura infração prevista no Decreto Federal nº 6.514/2008, e os responsáveis já respondem a procedimento administrativo.
Eduardo Ganassoli, auditor ambiental da Semarh e coordenador da ação, explica que a região tem sofrido pressão crescente.
“Nosso trabalho é garantir que cada intervenção seja monitorada e que qualquer irregularidade seja imediatamente interrompida. A lagoa é um ecossistema sensível, e toda atividade precisa estar dentro da legalidade para evitar agravamento dos impactos”, afirma.
Além da captação irregular, a equipe encontrou indícios de supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente (APP) da Lagoa do Portinho – uma ferida aberta às margens de um dos pontos turísticos mais simbólicos do litoral piauiense. Também houve apreensão de materiais usados na pesca predatória, como redes, modalidade proibida durante o período de defeso.
O secretário estadual do Meio Ambiente, Feliphe Araújo, reforça que a proteção da lagoa é prioridade absoluta.
“Estamos intensificando as ações de fiscalização para garantir que a Lagoa do Portinho mantenha sua integridade ambiental. A Semarh não vai hesitar em responsabilizar quem causa dano ao patrimônio natural do Piauí. É um compromisso com o território, com os moradores e com as futuras gerações”, destacou.
A operação segue até sexta-feira, com equipes em campo de forma contínua, monitorando, orientando e coibindo novos ilícitos. A presença dos órgãos ambientais na região é, ao mesmo tempo, preventiva e educativa – um cuidado permanente com um dos cenários mais singulares do estado.
Enquanto o vento sopra sobre as dunas e a superfície da lagoa reflete as mudanças do tempo, permanece também a firme vigilância de quem trabalha para protegê-la. A Semarh garante que continuará acompanhando de perto toda a situação, para que a Lagoa do Portinho siga sendo um símbolo vivo da natureza piauiense.