PI avança na vanguarda do setor elétrico com licenças inéditas para armazenamento
O Estado já se aproxima de atingir quase 100% de sua matriz elétrica formada por fontes naturaisPor entre planícies de vento constante e extensões de sol a pino, o Piauí desenhou, nos últimos anos, uma das matrizes energéticas mais limpas e resilientes do país. Hoje, o Estado já se aproxima de atingir quase 100% de sua matriz elétrica formada por fontes naturais, aparecendo de maneira recorrente entre os três maiores produtores de energia solar e eólica do Brasil. É nesse cenário de protagonismo que surge mais um passo decisivo: o licenciamento ambiental de sistemas de armazenamento de energia por baterias.
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) confirma que o Estado já emitiu cerca de cinco licenças ambientais específicas para empreendimentos de armazenamento de energia, tecnologia conhecida como BESS. Um movimento pioneiro, que transforma o Piauí em referência nacional na regulamentação e na análise ambiental dessa atividade estratégica para o futuro do setor elétrico brasileiro.
“O Piauí tem se preparado para estar sempre um passo à frente. Licenciar armazenamento de energia é garantir que nossa matriz renovável continue crescendo com segurança, estabilidade e responsabilidade ambiental”, afirma Catharina Teixeira, diretora de Licenciamento da Semarh. Para ela, o novo marco coloca o Estado em sintonia com as diretrizes técnicas que começam a ser estruturadas no âmbito federal pela ANEEL e pelo Ministério de Minas e Energia.
O avanço só se tornou possível graças à Resolução CONSEMA nº 46/2022, que incluiu oficialmente o Sistema de Abastecimento de Energia por Baterias (SAEB) no rol de atividades passíveis de licenciamento ambiental. A norma definiu critérios claros de enquadramento, baseados na área útil dos empreendimentos, oferecendo previsibilidade para investidores, órgãos de controle e demais atores do setor.
Do alto das torres eólicas e dos campos de placas solares, o Piauí agora incorpora um elo que faltava na cadeia da energia limpa: a capacidade de estocar parte do que produz. A tecnologia de baterias contribui para reduzir oscilações, reforça a qualidade do fornecimento e oferece flexibilidade para a operação dos parques geradores, um complemento essencial em regiões onde o vento sopra forte e o sol brilha sem pedir licença.
“O que estamos fazendo aqui é preparar o Piauí para o futuro”, reforça o secretário Feliphe Araújo, acrescentando que o Estado já é potência em energias renováveis. "Agora, com os sistemas de armazenamento, damos um passo além: mostramos que sabemos produzir energia limpa e também gerenciar essa energia com inteligência e eficiência", disse.
Em um país que ainda busca soluções para integrar a expansão renovável ao sistema elétrico, o Piauí mais uma vez se coloca como laboratório de inovação. Um território onde o vento, o sol e agora as baterias ajudam a escrever, com sobriedade e propósito, uma das histórias mais promissoras da transição energética brasileira.