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Mortandade de abelhas preocupa apicultores no sul do Piauí

A expectativa agora é que as análises laboratoriais apontem rapidamente as causas da mortandade
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O Piauí, segundo maior produtor de mel do Brasil, enfrenta um alerta preocupante: uma mortandade de abelhas fora de época foi registrada este mês no município de Canto do Buriti, a 400 km de Teresina. O fenômeno acendeu o sinal vermelho entre apicultores e autoridades sanitárias. Equipes da Agência de Defesa Agropecuária do Piauí (Adapi), formadas por médicos veterinários e engenheiros agrônomos, já estão em campo para investigar as causas.

A produção de mel é um dos motores da economia piauiense. Com quase 9 mil toneladas anuais, o estado abastece o mercado nacional e exporta para a Europa e América do Norte. No entanto, a morte em larga escala desses insetos essenciais à polinização ameaça tanto o meio ambiente quanto a sustentabilidade do setor. Canto do Buriti, por exemplo, ocupa a 25ª posição no ranking estadual da produção de mel, com quase 100 mil quilos anuais.

Foto: ReproduçãoMortandade de abelhas preocupa apicultores no sul do Piauí
Mortandade de abelhas preocupa apicultores no sul do Piauí

As investigações buscam identificar se o episódio está ligado a pragas — como fungos, bactérias ou outros insetos — ou ao uso de substâncias químicas nocivas. “É natural que abelhas morram, mas nesse volume, algo está errado”, alerta Cleber Braga, coordenador do Programa Estadual de Sanidade Apícola. Segundo ele, um rigoroso protocolo sanitário está sendo seguido para garantir um diagnóstico preciso.

Amostras foram enviadas ao Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Goiás, onde serão analisadas para identificar a causa da mortandade. Enquanto isso, a Adapi orienta que qualquer suspeita de novas ocorrências seja notificada pelos canais oficiais, como o sistema e-Sisbravet.

Nos últimos dez anos, a produção de mel no Piauí triplicou, levando o estado da sexta para a segunda posição no ranking nacional, atrás apenas do Rio Grande do Sul. Hoje, 140 municípios piauienses produzem mel, e 14 deles figuram entre os 50 maiores do país. O setor movimenta mais de R$ 100 milhões anuais, com 93% da produção voltada à exportação, principalmente para Alemanha, Itália, Estados Unidos e Canadá.

A expectativa agora é que as análises laboratoriais apontem rapidamente as causas da mortandade, permitindo medidas eficazes para proteger esse mercado em ascensão e a biodiversidade local.

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