Em um momento em que o mundo cobra responsabilidade ambiental e clareza na gestão pública, o Piauí se destaca como um dos estados mais transparentes do Brasil nas ações de combate ao desmatamento. Segundo o Ranking de Competitividade dos Estados, elaborado pelo CLP com base nos dados do MapBiomas, o estado alcançou a pontuação máxima no Indicador de Transparência das Ações de Combate ao Desmatamento, figurando entre os dez melhores do país. No Nordeste, divide o primeiro lugar com o Ceará.

Essa posição de destaque não é apenas um número, é o reflexo de uma política ambiental consistente, que combina tecnologia, fiscalização ativa e diálogo com a sociedade. O resultado aparece de forma contundente nos dados: no primeiro semestre de 2025, o desmatamento ilegal no Piauí caiu quase 68% em relação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e junho de 2024, haviam sido derrubados ilegalmente mais de 29,6 mil hectares. Neste ano, o número despencou para menos de 9,6 mil hectares, o melhor desempenho do estado nos últimos quatro anos.

A tendência de redução continua firme. Do primeiro para o segundo trimestre de 2025, o desmatamento recuou de 4,9 mil hectares para 4,6 mil, uma queda adicional de 6,2%. Para a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), os resultados confirmam que transparência e fiscalização caminham juntas no enfrentamento ao desmatamento ilegal.

• Confira tabelas e resultados dos principais campeonatos.

Segundo o setor de fiscalização da Semarh, as ocorrências chegam por múltiplos canais, e-mail, WhatsApp, ouvidoria interna e até denúncias presenciais, muitas delas feitas pela própria população, de forma anônima ou identificada. Há ainda uma rede de cooperação com outros órgãos, como o Ministério Público Federal e Estadual, Ibama, ICMBio, Polícia Civil e Incra. Todas as denúncias são registradas no Sistema de Gestão Ambiental (SIGA), que permite o acompanhamento e a apuração detalhada de cada caso.

Além das frentes de campo, o Piauí aposta no monitoramento virtual por satélite. Auditores ambientais da Semarh analisam dados de plataformas como MapBiomas, Brasil Mais e Deter, que emitem alertas de desmatamento em tempo quase real. Cada alerta é verificado quanto à titularidade da área e à existência de autorização para supressão de vegetação. Quando há irregularidades, o estado age rapidamente: aplica multas, embarga áreas e impõe sanções conforme o Decreto Federal 6.514/2008.

A experiência piauiense mostra que a tecnologia, aliada à transparência e à ação coordenada, pode transformar a gestão ambiental. Num cenário global em que o combate ao desmatamento é decisivo para frear a crise climática, o Piauí prova que é possível proteger o meio ambiente com seriedade, método e compromisso público.