Olho d’Água dos Negros mantém viva a cultura quilombola em Esperantina
O antigo casarão do quilombo se mantém como símbolo da memória coletiva
Piauí, orgulho que a gente sente e celebra!
No Norte do estado, o quilombo Olho d’Água dos Negros, em Esperantina, é um dos primeiros territórios quilombolas reconhecidos pela Fundação Cultural Palmares. O local guarda em suas terras a memória de um passado de dor, mas também o orgulho de um presente construído com resistência, fé e pertencimento.
Ali, cada canto, cada dança e cada semente plantada contam a história de um povo que transformou sofrimento em força e tradição em futuro. A preservação das sementes crioulas, das danças, músicas e sistemas agroflorestais que unem o Cerrado e a Amazônia reflete o compromisso da comunidade em manter viva a essência da identidade quilombola.
Para os moradores, o reconhecimento oficial não foi apenas um marco histórico, mas uma nova forma de afirmação e valorização da cultura.
“Através disso é que a gente busca motivação de entreter, fazer a inclusão dos jovens para conhecer a história e de alguma maneira poder retribuir em forma de dança, teatro, artesanato, que é o que a gente faz aqui. É justamente devido a essa luta e esse sofrimento que nos dá força para reunir jovens, crianças e manter viva a cultura da comunidade”, conta Núbia Santos, coreógrafa e moradora.
O antigo casarão do quilombo se mantém como símbolo da memória coletiva — um espaço onde histórias são contadas, músicas ecoam e novas gerações aprendem o valor da herança que carregam.
“Eu fico muito emocionada quando acontece uma atividade dessa, porque é um momento de resgatar nossas histórias e descendências. Nós temos que resgatar nossas raízes para nossos filhos e bisnetos, deixar essa história marcada na comunidade”, relata Maria dos Milagres, quilombola.
Mais do que um território, o Olho d’Água dos Negros é um símbolo vivo da identidade piauiense, onde o passado se entrelaça com o presente para manter acesa a chama da ancestralidade que move o Piauí.
Relembre:
Quilombo Olho d’Água dos Negros preserva memória e tradições em Esperantina