Justiça mantém júri para Lokinho e ex-marido por mortes após colisão em Teresina
TJ-PI rejeita recurso da defesa e dupla seguirá para julgamento por crime doloso contra a vidaA justiça do Piauí decidiu manter o julgamento de Pedro Lopes Lima Neto, conhecido como Lokinho, e do ex-marido, Stanlley Gabryell Ferreira de Sousa, o Brisaac, pelo tribunal do júri. Eles são acusados de atropelar quatro pessoas e provocar a morte de duas mulheres na BR-316, em Teresina, em outubro de 2024. Uma criança também ficou gravemente ferida e segue com sequelas permanentes.
De acordo com a denúncia, Lokinho era o proprietário do veículo envolvido no acidente e entregou o carro ao então marido, que não possui habilitação. O impacto atingiu as vítimas que caminhavam às margens da rodovia, gerando forte comoção pela gravidade e pelas circunstâncias do caso.
A defesa recorreu alegando contradições no acórdão, falta de detalhamento sobre o dolo eventual e supostas omissões na decisão anterior. O Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), no entanto, rejeitou todos os argumentos e confirmou que a dupla deve ser julgada pelo júri popular, competência responsável pelos crimes dolosos contra a vida.
O assistente de acusação, advogado Marcus Vinícius de Brito, afirmou em entrevista à TV Cidade Verde, que o tribunal foi claro ao reafirmar a decisão. “Não há contradição, não há omissão. Deve ser submetido ao juízo natural, que é o júri. Todo crime doloso contra a vida deve ser julgado pelo Tribunal do Júri”, declarou.
Ele destacou que os acusados ainda podem ingressar com um recurso especial no Superior Tribunal de Justiça, mas acredita que a decisão será mantida. “É um direito deles. Provavelmente exercerão esse recurso, e achamos até bom, porque será confirmado nas três instâncias. Vamos trabalhar para que recebam não uma vingança, mas uma pena justa, adequada ao crime que cometeram”.
Segundo a acusação, a postura dos réus após o acidente revolta a família. “Nunca sequer procuraram as vítimas. O que mais irrita é a galhofa com que tratam a situação, como se fosse algo comum, uma brincadeira”, disse o advogado.
Enquanto Lokinho passa mais tempo em Fortaleza, onde vende conteúdos adultos e leva rotina intensa de festas, Brisaac também comercializa conteúdo adulto e divulga jogos de azar na internet.
A realidade da família das vítimas é oposta. Eles enfrentam dificuldades financeiras, problemas de saúde e o trauma permanente deixado pelo acidente que destruiu a vida de duas mulheres e marcou para sempre uma criança que ainda luta para se recuperar.