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Saiba quem são os blogueiros alvos de operação contra jogos ilegais no Piauí

Segundo a investigação, o grupo movimentou ao menos R$ 5 milhões por meio de diversas estratégias

A operação deflagrada nesta sexta-feira (21/11) pela Secretaria de Segurança Pública do Piauí voltou a mirar influenciadores digitais suspeitos de promover jogos de azar e rifas clandestinas nas redes sociais . A segunda fase da Operação Laverna ocorreu em Parnaíba, no litoral do estado , e teve como alvos produtores de conteúdo acusados de incentivar seguidores a participar de plataformas ilegais, como o chamado “Jogo do Tigrinho”.

Segundo a investigação, o grupo movimentou ao menos R$ 5 milhões por meio de estratégias que envolviam vídeos editados, exibição de supostos ganhos, sorteios e disseminação de links personalizados utilizados para levar usuários a apostar com base em expectativas irreais de retorno financeiro . Nas residências dos investigados, a polícia apreendeu automóveis, motocicletas e relógios avaliados como itens de alto valor.

Entre os influenciadores apontados como beneficiados pelo esquema estão Sarah Brenna e Vitor Mídia. A análise da SSP indica que ambos, assim como outros envolvidos, tiveram entrada de recursos incompatível com a renda declarada .

Os valores identificados são:

  • S.C. dos S. (Sarah Brenna) – R$ 1.311.784,32;
  • J.V.A.P. (Vitor Mídia) – R$ 1.173.117,64, grande parte formada por microtransações de centavos a poucos reais, enviadas por mais de 3 mil pessoas, padrão considerado típico de rifas ilegais;
  • L.M.B. (Luiz Morfim) – R$ 213.606,60;
  • L.C.M.J. – R$ 637.783,14;
  • A.S.H.A.S. (Antônio Shaul, marido de Sarah) – R$ 1.664.582,01.

Ainda de acordo com as investigações, Sarah, L.M.B. e L.C.M.J. estariam envolvidos na divulgação do jogo de apostas e de plataformas similares , enquanto Vitor é associado à promoção de rifas apresentadas como beneficentes, mas sem comprovação de repasse dos valores arrecadados. O material analisado indica manipulações nos sorteios e uma frequência anormal de vencedores, o que reforça suspeitas de irregularidades.

A SSP também identificou possível uso de empresas ligadas a pagamentos digitais, ausência de declaração de renda compatível e movimentações consideradas típicas de ocultação de patrimônio, dissimulação de recursos e evasão fiscal. As apurações apontam que os investigados podem responder por crimes como estelionato, indução do consumidor ao erro, organização de loteria não autorizada e lavagem de dinheiro .

A Justiça determinou o bloqueio de contas bancárias, retenção de passaportes e retirada do ar de conteúdos considerados ilícitos . As investigações seguem em andamento para verificar o destino dos bens apreendidos e a participação de outras pessoas no esquema.

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