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Fiscalização na Lagoa do Portinho expõe pressão sobre joias ambientais do Piauí

O resultado da operação reforça um alerta já conhecido de especialistas
Redação

A Lagoa do Portinho, uma das unidades de conservação mais emblemáticas do Piauí e vitrine turística entre as mais fotografadas do estado, voltou ao centro das atenções. Semana passada, uma equipe técnica da Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos percorreu, por terra e por água, cada margem, cada afluente, cada intervenção que pudesse explicar a redução repentina da lâmina d’água, estimada por moradores em cerca de um metro nos últimos 25 dias.

O resultado da operação reforça um alerta já conhecido de especialistas: quando um ecossistema frágil passa a conviver com pressões constantes, o risco de desequilíbrio deixa de ser possibilidade e vira tendência.

“Nossa presença aqui é permanente e necessária. A Lagoa do Portinho exige atenção contínua, porque qualquer intervenção irregular, mesmo de pequeno porte, pode comprometer o regime hídrico e a integridade ambiental da área”, afirma o auditor ambiental Eduardo Ganassoli, que coordenou parte das diligências.

A equipe identificou captação irregular de água para uso residencial, supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente, barramento em afluente intermitente capaz de reduzir o aporte hídrico no período das chuvas, áreas de piscicultura (uma delas abandonada) alimentadas por poços tubulares, uso de petrechos proibidos em plena Piracema, além de sinais claros de antropização acelerada nas margens, com novos poços e intervenções humanas surgindo em ritmo preocupante.

Também foi localizada uma barreira artesanal desviando o curso d’água de um dos afluentes, além da indicação de uma área agrícola operando com pivô a cerca de 3 quilômetros de um canal que alimenta a lagoa, situação que ainda será vistoriada em nova etapa.

A análise preliminar dos técnicos é cautelosa: nenhum dos impactos, isoladamente, explica de forma conclusiva a redução da lâmina d’água. Mas o conjunto das intervenções humanas, dispersas, repetidas, acumuladas, pode estar contribuindo decisivamente para o fenômeno.

Para o secretário de Meio Ambiente, Feliphe Araújo, a prioridade é clara: proteger hoje para garantir a existência amanhã. “A Lagoa do Portinho é patrimônio ambiental e turístico do Piauí. Nossa fiscalização é constante, técnica e responsável. Não há espaço para descuido. Vamos intensificar o monitoramento, responsabilizar quem estiver degradando e assegurar que esse ecossistema continue vivo para as próximas gerações”, reforça.

Como encaminhamento imediato, a Semarh abriu procedimentos administrativos contra as irregularidades encontradas, solicitou ao setor de Recursos Hídricos o monitoramento contínuo do nível da lagoa e programou uma nova fiscalização para os próximos 30 dias. Num cenário de mudanças climáticas, pressões urbanas e uso desordenado do território, a defesa da Lagoa do Portinho deixa de ser apenas um esforço ambiental, e torna-se um compromisso civilizatório do Piauí com seu próprio futuro.

Programas sociais tiram 459 mil piauienses da extrema pobreza em 2024

O efeito dos programas sociais, segundo o IBGE, foi suficiente para retirar da extrema pobreza 13,6%
Redação

Por uma fresta de números, é possível enxergar vidas inteiras sendo rearrumadas. No Piauí, em 2024, a taxa de extrema pobreza caiu à metade. Um recuo de 8% para 4% da população, transformação que não cabe apenas nas planilhas. São 459 mil pessoas que, por pouco mais de R$ 200 mensais por integrante da família, deixaram para trás a condição mais dura da sobrevivência.

Os dados são da Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE, que mede, ano a ano, a travessia social dos brasileiros. E revelam uma queda estrutural quando se olha o passado recente: em 2012, o Piauí convivia com 14,3% da população em extrema pobreza. Eram 458 mil pessoas. Doze anos depois, esse número encolheu para 135 mil, uma redução de 323 mil piauienses nessa condição ao longo do período.

Mesmo assim, o estado ainda ostenta o 13º maior índice do país. A marca, embora menor, continua impondo desafios profundos. Para Eyder Mendes, supervisor de Informações do IBGE no Piauí, o estudo escancara o papel decisivo da política pública na vida dos mais pobres.

“Quando analisamos os dados com e sem o impacto dos programas sociais, a diferença é abissal. Sem benefícios como o Bolsa Família e o BPC, o percentual de piauienses em extrema pobreza saltaria de 4% para 17,6%. Ou seja, quatro vezes mais. Isso mostra que essas políticas não são apenas complementares: são determinantes para a dignidade de centenas de milhares de famílias”, afirma Mendes.

O efeito dos programas sociais, segundo o IBGE, foi suficiente para retirar da extrema pobreza 13,6% da população do estado, um contingente equivalente ao tamanho de uma grande cidade piauiense inteira. No país como um todo, a situação também melhorou. Em 2024, considerando o impacto dos benefícios sociais, o Brasil registrou a menor taxa de extrema pobreza da série histórica: 3,5%. 

Ainda assim, a geografia da desigualdade segue evidente. Maranhão (10,1%), Ceará (7,9%) e Acre (7,6%) se mantêm entre os estados mais vulneráveis. Na outra ponta, Santa Catarina (1,2%), Rio Grande do Sul (1,4%) e Mato Grosso do Sul (1,6%) aparecem como aqueles com os menores indicadores.

Nos números frios, o IBGE entrega a fotografia. Mas é nas casas que reaprenderam a fazer feira, nos estudantes que voltaram à escola com merenda garantida e nas famílias que não precisam mais escolher entre comer e pagar a conta de luz que reside o impacto real desta mudança. O desafio, agora, é não recuar. Porque cada porcentagem dessa estatística corresponde a alguém tentando, dia após dia, manter acesa a pequena chama de um futuro possível.

Piauí registra primeira queda nos casos de feminicídio em três anos

Estado vai na contramão do país
Redação

Em um Brasil onde o número de feminicídios insiste em crescer ano após ano, o Piauí surge como exceção, e a diferença aparece nos números mais recentes do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Até outubro deste ano, o estado registrou 27 casos de feminicídio, uma redução de 27% em relação ao mesmo período de 2024, quando foram contabilizados 37 crimes. É a primeira queda depois de três anos seguidos de avanço nessa estatística que revela a face mais brutal da violência de gênero.

Os dados chamam atenção justamente porque destoam do cenário nacional. Enquanto diversas unidades da federação enfrentam curvas ascendentes, o Piauí começa a experimentar os primeiros resultados de uma estratégia que combina investigação mais rápida, integração entre forças de segurança e ampliação da rede de proteção às mulheres.

A queda de quase um terço nos assassinatos de mulheres por motivação de gênero não elimina o drama, cada número ainda carrega uma história interrompida, uma família devastada. Mas aponta para um movimento concreto, mensurável, que escancara um caminho possível para reduzir um crime que tem raízes profundas, muitas vezes plantadas dentro das próprias casas.

Entre delegacias especializadas, monitoramento de agressores, rondas ostensivas e fortalecimento das medidas protetivas, o estado tenta fechar o cerco contra quem ameaça, persegue ou tenta matar mulheres por razões que ainda revelam machismo estrutural e desigualdade gritante.

Especialistas em segurança pública afirmam que resultados assim só aparecem quando políticas de enfrentamento deixam o papel e viram rotina, da patrulha diária ao boletim de ocorrência levado a sério, passando por respostas rápidas e investigações que não deixam brechas.

Os números mostram que, no Piauí, esse esforço começa a dar resultado. E num país onde o feminicídio é um alerta que nunca desliga, qualquer redução não é apenas dado estatístico: é um sinal de que vidas podem, de fato, ser salvas.

Homem é encontrado morto com ao menos seis perfurações em rua de Picos

Com o homem, foram encontrados um cachimbo artesanal e três pedras de crack

Um homem, ainda não identificado, foi encontrado morto na madrugada desta segunda-feira (01/12) na Rua Paraíba, no bairro Paroquial, em Picos. Embora o crime tenha ocorrido por volta das 3h30, a Polícia Militar só foi acionada nas primeiras horas da manhã, quando moradores perceberam o corpo na via.

A vítima apresentava ao menos seis perfurações provocadas por arma branca, além de uma forte lesão na cabeça, o que indica que foi atacada de forma brutal. Próximo ao local, os policiais localizaram uma motocicleta Honda azul, modelo 2021, que teria sido utilizada pela vítima pouco antes do crime.

Com o homem, também foram encontrados um cachimbo artesanal e três pedras de crack, elementos que passam a integrar a linha de investigação da polícia. Moradores relataram ter ouvido barulhos durante a madrugada, mas não visualizaram o momento da ação.

O corpo foi removido por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML). A Polícia Civil apura o caso e deve analisar imagens de câmeras próximas para tentar identificar suspeitos e esclarecer o que motivou o homicídio, considerando tanto o histórico de uso de drogas quanto possíveis conflitos envolvendo a vítima.

Com informações de Picos 40 Graus

Trabalhador piauiense morre após ser sugado por máquina de algodão no Mato Grosso

Homem sofreu queimaduras graves após equipamento ser ligado durante limpeza
Redação

Um trabalhador natural da localidade Formosa, na zona rural de Barras (PI), morreu em um grave acidente de trabalho neste domingo (30/11) no município de Sapezal, no Mato Grosso. A vítima, identificada apenas como Tino, atuava em uma fazenda de cultivo de algodão quando ocorreu a tragédia.

O operário teria entrado em uma máquina de algodão para realizar a limpeza interna. No entanto, outro funcionário teria acionado o equipamento por engano, fazendo com que Tino fosse atingido pelo maquinário. Ele sofreu queimaduras em cerca de 90% do corpo e não resistiu aos ferimentos.

As autoridades locais ainda vão apurar oficialmente as circunstâncias do acidente e investigar as responsabilidades. A morte causou grande comoção entre familiares e moradores da comunidade Formosa, em Barras.