Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai ao tentar fugir do Brasil
Silvinei Vasques foi detido em aeroporto após romper tornozeleiraO ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, foi preso nesta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no Paraguai, durante uma operação internacional. Ele se preparava para deixar o país com destino a El Salvador, de onde seguiria para os Estados Unidos, com passagem marcada para Orlando.
Segundo as investigações, Vasques tentou utilizar um passaporte falso para evitar a detenção e dar continuidade à fuga em território estrangeiro. A prisão ocorreu após o ex-dirigente romper a tornozeleira eletrônica que utilizava por determinação judicial, o que acionou os sistemas de monitoramento e alerta das autoridades.
Informações preliminares apontam que o documento apresentado era um passaporte paraguaio original, porém não correspondia à identidade de Silvinei Vasques. Ao tentar deixar o aeroporto, ele foi abordado e detido pelas autoridades paraguaias, com apoio de agentes brasileiros.
Condenado no STF
Silvinei Vasques esteve à frente da PRF entre 2021 e 2022 e passou a ser investigado no Brasil por suspeita de interferência indevida da corporação no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.
As apurações, conduzidas pela Polícia Federal e supervisionadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), indicam que, sob sua gestão, a PRF teria realizado blitzes e operações direcionadas com o objetivo de dificultar o deslocamento de eleitores, especialmente em regiões onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva liderava as pesquisas.
As condutas são analisadas pela Justiça como possível tentativa de impedir ou embaraçar o livre exercício do direito ao voto, o que configura grave violação ao processo democrático.
Além disso, em março de 2024, Vasques foi condenado a ressarcir a União em mais de R$ 71 mil por um episódio de agressão a um frentista ocorrido em 2000, cuja responsabilidade civil foi atribuída a ele.
Mais recentemente, no âmbito do processo conhecido como “núcleo 2” da trama golpista, o STF confirmou sua condenação por atos que teriam instrumentalizado a PRF em benefício de planos golpistas. Parte dos detalhes segue sob sigilo judicial ou em fase de recurso.
Prisões anteriores
Silvinei Vasques já havia sido preso preventivamente em agosto de 2023, em Florianópolis, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, no contexto da Operação Constituição Cidadã. A investigação apura o uso indevido de recursos humanos e materiais da PRF com viés político-eleitoral, especialmente no Nordeste.
Na ocasião, a prisão gerou controvérsia jurídica. O ministro Kassio Nunes Marques chegou a suspender a quebra de sigilos determinada pela CPMI dos atos de 8 de janeiro, alegando falta de fundamentação adequada.
Durante o período em que esteve preso, a defesa apresentou pedidos de soltura, alegando excesso de prazo da prisão preventiva e riscos à integridade física do ex-dirigente.