'Maranhão é uma bosta', dispara deputado bolsonarista durante podcast
As falas do deputado Paulo Bilynskyj geraram forte repercussão e foram consideradas xenofóbicasA participação do deputado federal bolsonarista Paulo Bilynskyj no podcast “3 Irmãos” provocou forte repercussão nas redes sociais e no meio político após declarações consideradas xenofóbicas e preconceituosas contra estados do Nordeste, especialmente Maranhão e Bahia.
Durante a conversa, o parlamentar defendeu que a diversidade regional do Brasil dificultaria a criação de políticas públicas eficazes. Ao sustentar esse argumento, ele comparou Santa Catarina ao Maranhão, sugerindo que estados mais “homogêneos” deveriam ter maior autonomia legislativa para formular suas próprias leis.
“Agora compara Santa Catarina com o Maranhão. Compara: é o mesmo país? Dá para comparar? Não dá, né. No Maranhão, uma bosta. Como você vai comparar com Santa Catarina?”, disse o deputado.
Além das declarações ofensivas, Bilynskyj também chamou atenção por um equívoco ao abordar a formação histórica do país. Em determinado momento, ele confundiu a capital baiana com o próprio estado ao tentar citar qual seria o mais antigo do Brasil.
“Qual que é o estado mais antigo do Brasil? Salvador, né? A Bahia, Bahia, Bahia — desculpa, Bahia, exato”, afirmou, demonstrando desconhecimento sobre a história política brasileira. A fala foi interpretada por críticos como mais um elemento que reforçou o tom desrespeitoso de sua participação.
Na sequência, o deputado ampliou as críticas ao citar a Bahia como exemplo de um estado que, segundo ele, enfrentaria problemas estruturais por conta da predominância de ideologias de esquerda. Para Bilynskyj, a ausência de políticas alinhadas à direita teria impedido avanços no desenvolvimento estadual.
“O problema da Bahia é que é um estado historicamente de esquerda”, declarou o parlamentar, ignorando períodos em que o estado foi governado por lideranças conservadoras ao longo de décadas.
O deputado também aproveitou o espaço para defender alterações no pacto federativo brasileiro. Segundo ele, a atual estrutura faria com que estados do Sul e Sudeste sustentassem economicamente o Norte e o Nordeste, situação que, em sua avaliação, deveria ser revista por meio de maior autonomia estadual e redução do papel da União.
“Ou você vai continuar tendo um Brasil em que o Sul e o Sudeste sustentam o Norte e o Nordeste ad eternum”, afirmou.
As declarações tiveram ampla repercussão negativa e reacenderam o debate sobre discursos discriminatórios no ambiente político