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Robert Brown pede afastamento da FFP e clubes temem paralisação do campeonato

Representantes informaram que reuniões serão contínuas até que a CBF se manifeste oficialmente
Redação

A Federação de Futebol do Piauí (FFP) vive um dos momentos mais turbulentos de sua história recente. Na manhã desta quarta-feira (04), representantes de diversos clubes do estado se reuniram na sede da entidade para declarar apoio público à atual gestão de Robert Brown Carcará e Daniel Araújo, após o Ministério Público do Piauí (MPPI) ingressar com uma ação na Justiça pedindo a intervenção imediata na FFP e no Instituto de Futebol do Piauí (IFP).

O MP requer o afastamento de Brown e Araújo, alegando que uma auditoria independente identificou irregularidades graves que colocariam o futebol piauiense “em risco de colapso administrativo, financeiro e fiscal”. Entre as medidas solicitadas estão a nomeação de um administrador provisório e a entrega de livros contábeis, senhas e chaves de acesso a dados da Federação.

Em meio à pressão, Robert Brown pediu afastamento do cargo nesta quarta-feira, comunicando oficialmente os clubes e aguardando o posicionamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que deverá indicar um interventor.

Durante a reunião, o clima entre os dirigentes foi de preocupação e indignação. O presidente do Oeirense, Fabiano Pimentel, afirmou que a crise causa instabilidade às vésperas do Campeonato Piauiense.

“Nós estamos pensando em parar. O campeonato fica numa instabilidade muito grande. Clubes já compraram passagens, outros já se apresentaram. Isso tudo acontece por pessoas que não têm voto querendo entrar na Federação de todo jeito.”

Fabiano reforçou que todos os clubes participaram do encontro e assinaram um manifesto em defesa da legitimidade da eleição de Brown, destacando que não descartam medidas mais drásticas, como a não realização do campeonato.

“Todos os clubes apoiaram o manifesto. Ele foi eleito por unanimidade. Agora aguardamos a CBF para saber como será conduzido esse processo.”

O vice-presidente do River, Júlio Arcoverde, classificou a situação como “gravíssima” e alertou para impactos diretos nos clubes com calendário nacional, como Fluminense-PI, Altos e o próprio River.

“É um problema sem precedentes. Os clubes já começaram seus investimentos, apresentaram elencos e agora vivem uma indefinição enorme. Isso afeta contratos de publicidade, transmissão e planejamento financeiro. Futebol não é amador; gera emprego e renda.”

O presidente do Corisabbá, Anderson Kamar, também criticou a decisão do MP e destacou que o apoio a Brown é unânime entre os clubes. Kamar afirmou que o afastamento gera prejuízos diretos, coloca negociações em pausa e cria um ambiente de insegurança a poucos dias do início da temporada.

O MPPI solicita à Justiça:

  • Afastamento imediato de Robert Brown e Daniel Araújo da FFP e do IFP;
  • Intervenção judicial nas duas entidades;
  • Nomeação de administrador provisório para assumir gestão, finanças e tomada de decisões;
  • Entrega de livros contábeis, senhas, tokens e chaves bancárias, garantindo controle total da administração.

Com o início do Campeonato Piauiense previsto para janeiro e clubes já em fase final de preparação, o temor é de que a indefinição comprometa a realização da competição. Representantes informaram que reuniões serão contínuas até que a CBF se manifeste oficialmente.