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Piauí contará com 22 Estações Pluviométricas, destaca Werton Costa

Entrevista destaca prevenção, inovação e parceria entre órgãos para mitigar desastres
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O Conecta Podcast recebeu Werton Costa, professor e diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil do Piauí, para uma conversa sobre as principais estratégias de prevenção a desastres naturais e o enfrentamento à estiagem no estado. Em tom direto e técnico, Werton destacou o caráter inovador das ações da Defesa Civil, que hoje atua de forma antecipada e estratégica, planejando o período chuvoso ainda durante a seca, e vice-versa. Em entrevista comandada pela repórter Eugênia Reis, o professor trouxe notícias exclusivas para o órgão no estado. 

Foto: Conecta PiauíEntrevista destaca prevenção, inovação e parceria entre órgãos para enfrentar desastres
Entrevista destaca prevenção, inovação e parceria entre órgãos para enfrentar desastres

Estações Pluviométricas: mais dados, melhor resposta

Um dos pontos altos da entrevista foi o anúncio da implantação de 22 estações pluviométricas pelo CEMADEN (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Seis dessas estações serão instaladas ainda em 2025 nos municípios de Joca Marques, José de Freitas, Picos, Murici dos Portelas, Joaquim Pires e Cristino Castro. As outras 16 estão previstas para 2026. Segundo Werton, essa medida vai aumentar a capacidade de monitoramento climático do estado, que atualmente conta com cobertura limitada, em torno de 50%.

Integração entre ministérios fortalece a Defesa Civil

Werton ressaltou a importância da integração com diferentes ministérios, como os das Cidades, Meio Ambiente, Ciência e Tecnologia, Educação e Integração e Desenvolvimento Regional. Entre os avanços destacados, estão:

Criação do 1º curso técnico em Defesa Civil do Nordeste;

Instalação da nova sala de monitoramento SEGIRDE, com apoio federal;

Inclusão da Defesa Civil no Plano Nacional de Adaptação à Mudança Climática;

Participação nos planos municipais de redução de risco.

Ciência e saber popular juntos pela prevenção

Outro destaque foi a valorização do conhecimento empírico aliado à ciência. Para compreender os efeitos das mudanças climáticas nos territórios, a Defesa Civil do Piauí vem ouvindo comunidades tradicionais, como vaqueiros, marisqueiras, agricultores familiares e rendeiras, além de dialogar com universidades como UFPI, IFPI e UESPI. Segundo Werton, a construção de políticas públicas eficazes precisa respeitar tanto o saber técnico quanto o popular.

Segurança hídrica e combate à estiagem

A segurança hídrica foi apontada como o maior desafio atual da política pública no Piauí. O diretor explicou que, apesar do estado ter grande potencial hídrico, a gestão eficiente da água ainda precisa ser aprimorada. Ele citou o caso do município de Fartura, epicentro da pior crise hídrica dos últimos anos, com quase zero chuvas em três meses. "Não é só o tamanho da seca, mas a forma como ela aconteceu", alertou.

Nesse contexto, ações como o programa Carro-Pipa continuam essenciais, mas não podem ser isoladas. Por isso, a Defesa Civil desenvolveu o maior programa de capacitação já realizado no estado, levando treinamento a quatro territórios para fortalecer a gestão municipal e preparar lideranças locais.

Plano Água e Vida e gestão colaborativa

Werton também falou sobre o Plano Água e Vida, desenvolvido em parceria com a SADA, SEMARH e demais secretarias estaduais. A iniciativa foca na governança intersetorial, buscando evitar sobreposição de ações e promovendo eficiência no uso dos recursos públicos. “Mitigação não é barata, mas estamos usando os recursos da melhor forma para dar assistência eficaz à população”, pontuou.

Por fim, o diretor reforçou que o sucesso das políticas públicas também depende da participação ativa dos municípios e do engajamento da população. "Não é só dar o peixe, é ensinar a pescar", concluiu.

Quem é Werton Costa? 

Mestre em Geografia pela Universidade Federal do Piauí (2018), com graduação em Direito (2009), Geografia – Licenciatura (2004) e História – Licenciatura (2002), todas pela Universidade Estadual do Piauí. Possui especialização em Metodologia do Ensino com ênfase em Climatologia Geográfica. Atua em pesquisas nas áreas de Geografia, História e Direito, com foco em climatologia, educação para o risco, desastres naturais, geografia cultural, história urbana e social, patrimônio cultural, educação patrimonial e direito ambiental urbano.

É membro do Conselho Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento (CONSEMA) e do Fórum Estadual para as Mudanças Climáticas e Combate à Pobreza do Piauí. Integra o conselho editorial da Revista Clóvis Moura de Humanidades (UESPI), da Revista Eletrônica Casa de Makunaíma (UER) e o conselho científico da revista Geografia: Publicações Avulsas (UFPI).

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