Pressão de 12 por 8 passa a ser considerada pré-hipertensão em nova diretriz
Hoje, a hipertensão atinge cerca de 28% dos brasileirosA pressão arterial de 12 por 8, antes considerada “normal limítrofe”, agora é classificada como pré-hipertensão no Brasil. A mudança foi anunciada nesta quinta-feira (18) durante o 80º Congresso Brasileiro de Cardiologia, com a divulgação da nova Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025, elaborada pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, de Nefrologia e de Hipertensão.
De acordo com o documento, valores entre 120-139 mmHg de pressão sistólica e/ou 80-89 mmHg de diastólica já exigem acompanhamento médico. O objetivo é reforçar a prevenção: nessa fase, orienta-se mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, até uso de medicamentos.
Outra alteração importante é a meta de controle: o limite passou de 14 por 9 para abaixo de 13 por 8 em todos os casos, independentemente da idade ou presença de outras doenças. A medida busca reduzir complicações graves como infarto, AVC e insuficiência renal.

A diretriz também amplia o foco para o risco cardiovascular global, adotando o escore PREVENT, que calcula a chance de eventos em 10 anos considerando fatores como obesidade, diabetes e colesterol alto.
Pela primeira vez, o documento traz capítulos específicos para o SUS — responsável por atender 75% dos hipertensos — e para a saúde da mulher, com recomendações sobre o uso de anticoncepcionais, gestação, menopausa e histórico de hipertensão na gravidez.
Além disso, reforça orientações já conhecidas: perda de peso, redução do sal, atividade física, dieta balanceada e início precoce de tratamento medicamentoso, geralmente com a combinação de dois fármacos em baixa dose.
Hoje, a hipertensão atinge cerca de 28% dos brasileiros e é responsável pela maioria dos casos de infarto e AVC. Com a nova classificação, milhões de pessoas passam a ser consideradas em risco, e o desafio será garantir que as recomendações cheguem tanto à rede privada quanto ao sistema público de saúde.