Fábio Novo usa relato de piloto em resposta à interpelação movida por Ciro

O deputado estadual Fábio Novo (PT) afirmou, nesta sexta-feira (14), que pretende arrolar como testemunha o piloto conhecido como Mattosinho na interpelação judicial apresentada pelo senador Ciro Nogueira (PP). O parlamentar comentou o assunto após ser notificado da ação, que busca saber se ele reafirma declarações sobre possível envolvimento do senador com o PCC.

Segundo Fábio Novo, a interpelação tem como objetivo obrigá-lo a se posicionar formalmente sobre suas afirmações. O deputado, porém, disse que a apuração deve recair sobre pessoas que já mencionaram o senador em depoimentos e manifestações públicas. “Na interpelação, ele quer que eu diga se reafirmo que ele tem envolvimento com o PCC. Eu vou arrolar como testemunha o piloto Matosinho, que todos vocês conhecem”, afirmou.

De acordo com Novo, o piloto teria relatado em postagem nas redes sociais e em depoimento à Polícia Federal que transportou um pacote de dinheiro ligado ao PCC com destino a Ciro Nogueira. O deputado disse não saber se o relato é verdadeiro, mas afirmou que esse tipo de declaração precisa ser esclarecido. “Quem disse isso foi um piloto de avião. Se há algo a ser explicado, é ele quem deve ser interpelado”, declarou.

Além do piloto, Fábio Novo disse que também pretende arrolar Victor Linhares, apontado como compadre de Ciro Nogueira e que chegou a ocupar cargo na Prefeitura de Teresina. O parlamentar citou vídeos em que Linhares aparece com investigados, que passaram a circular nos últimos dias. “Ele também deve ser chamado a esclarecer”, afirmou.

Entenda o caso

O piloto Mauro Caputti Mattosinho reafirmou que transportou, em um voo, uma sacola de papelão que aparentava conter dinheiro vivo, na mesma data em que o passageiro conhecido como Beto Louco mencionou que teria um encontro com o senador Ciro Nogueira (PP-PI). A informação veio à tona em 1º de setembro, em reportagem do ICL Notícias, quando o piloto ainda não havia revelado sua identidade. Mattosinho procurou o veículo pela primeira vez em novembro do ano anterior, dizendo estar indignado com o que presenciou no voo. Ele prestou depoimento à Polícia Federal em 30 de agosto e, depois disso, concordou em relatar publicamente o que sabia em entrevista gravada.