Júnior Santos

Investigações levantam hipóteses sobre as causas de incêndio na COP30

Triagem de equipamentos é feita pela ONU, e hipótese de falha está sob análise

O incêndio registrado na noite desta quinta-feira (20) na Blue Zone da COP30, em Belém, ampliou tensões nos bastidores do evento e gerou preocupações quanto aos procedimentos de segurança adotados na área sob responsabilidade da Organização das Nações Unidas (ONU). Fontes do governo federal, em caráter reservado, afirmam que as primeiras evidências técnicas indicam a possibilidade de falha relacionada aos critérios de acesso de equipamentos elétricos ao pavilhão.

De acordo com interlocutores do Palácio do Planalto, há indícios de que a ONU teria autorizado a entrada de um forno micro-ondas incompatível com a rede elétrica instalada no local, utilizado por representantes do pavilhão da Comunidade da África Oriental, área apontada como um dos focos iniciais do incêndio. A Blue Zone é a parte do evento que fica integralmente sob gestão da ONU, inclusive no controle de credenciamento e na triagem de equipamentos.

Outra hipótese considerada é uma falha em um gerador. No entanto, segundo técnicos ouvidos preliminarmente, a possibilidade de um equipamento irregular ter sobrecarregado o sistema elétrico chama atenção justamente porque a triagem para entrada na Blue Zone é realizada diretamente pela organização internacional, e não pelo governo brasileiro.

Embora ainda não haja conclusão oficial sobre a causa do incêndio, auxiliares do governo apontam que os procedimentos de segurança e verificação técnica de equipamentos devem ser reavaliados. A preocupação é manter a imagem do Brasil como anfitrião preparado, ao mesmo tempo em que se preserva a transparência na apuração.

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