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PF já deflagrou sete operações no Piauí contra fraudes milionárias no INSS em 2025

As ações revelam redes criminosas que causaram prejuízos milionários ao INSS e bancos no estado

A Polícia Federal vem ampliando, ao longo de 2025, o combate a fraudes e crimes financeiros envolvendo o sistema previdenciário e instituições bancárias públicas e privadas . Somente neste ano, ao menos 12 operações foram deflagradas em diferentes estados, com foco principal no Piauí, resultando em dezenas de prisões, apreensões de documentos falsos e bloqueio de valores milionários . Os esquemas envolvem desde fraudes em aposentadorias e empréstimos consignados até golpes virtuais e falsificação de identidades.

Entre as principais investigações está a Operação Bússola , que originou uma série de desdobramentos, como as operações Scarface e Esteio , e revelou prejuízos que ultrapassam R$ 216 milhões ao INSS. As investigações apontam a participação de servidores públicos, advogados e intermediários que agiam para conceder benefícios previdenciários fraudulentos, especialmente aposentadorias rurais. Em apenas uma das fases, foram identificados mais de 2.150 benefícios irregulares concedidos de forma ilegal.

Outro caso de grande repercussão foi o da Operação El Camino , que desarticulou uma rede interestadual atuante no Piauí e Maranhão. O grupo fraudava saques de benefícios de pessoas já falecidas ou fictícias, utilizando documentos falsos e idosos recrutados para simular a titularidade dos benefícios. Segundo a PF, mais de 300 benefícios estavam atrelados ao esquema, com prejuízo estimado em R$ 10 milhões, além de evitar desvios que poderiam chegar a R$ 44 milhões.

Em março, a Operação Falsas Aparências , deflagrada em Parnaíba e Cocal, desmantelou outro grupo que falsificava documentos médicos e jurídicos para obter aposentadorias fraudulentas. A Justiça Federal determinou o sequestro de bens e valores de quase R$ 3 milhões, além da apreensão de documentos e computadores.

A Operação Benni , conduzida em abril, expôs uma estrutura criminosa com forte atuação em Teresina. O grupo criava documentos falsos para abrir contas e obter empréstimos bancários, inclusive utilizando dados de pessoas falecidas. Uma das investigadas chegou a movimentar contas em nome da própria mãe morta.

Ainda em abril, a Operação Chassifá II mirou um núcleo de falsificação de documentos que atuava em diversos estados. O grupo falsificava RGs, CNHs e comprovantes de renda para aplicar golpes contra instituições financeiras e o INSS. Três pessoas foram presas.

Em maio, a Operação Melhor Idade revelou uma verdadeira “indústria” de identidades fictícias criadas para solicitar benefícios sociais e empréstimos consignados. A fraude, que se estendia por diversos estados, gerou prejuízo superior a R$ 23 milhões aos cofres públicos.

Os golpes digitais também estão entre as prioridades da Polícia Federal. Em setembro, a Operação Aldrabão identificou um grupo que se passava por policiais federais em aplicativos de mensagens para exigir transferências de vítimas. Na mesma linha, a Operação Boleto Fantasma , deflagrada em novembro, desarticulou um esquema de boletos bancários adulterados que desviavam pagamentos para contas controladas por fraudadores.

Outras ações revelaram fraudes complexas contra a Caixa Econômica Federal, como a Operação Puma , que investigou falsificação de documentos usados para saques indevidos de auxílios e empréstimos. Em Teresina, a PF também conduziu uma operação que prendeu o responsável por um esquema de “golpe do falso advogado”, que enganava aposentados com promessas de benefícios inexistentes.

Além dos crimes financeiros, a Polícia Federal também investigou casos de corrupção e grilagem. Em outubro, uma operação atingiu um desembargador do Tribunal de Justiça do Piauí e três advogados suspeitos de envolvimento em venda de decisões judiciais e regularização fraudulenta de terras no cerrado piauiense.

As operações demonstram a atuação integrada entre a Polícia Federal, Ministério Público Federal e o Ministério da Previdência Social, por meio da Força-Tarefa Previdenciária e Trabalhista, que busca estancar o avanço das fraudes e reduzir o impacto econômico causado pelos crimes.

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