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Criminosos fingem ser do PCC para extorquir vítimas no Piauí e são condenados

Vítimas transferiram R$ 370 mil no total; valor deve ser restituído integralmente pelos criminosos

Três homens foram condenados nesta segunda-feira (03/06) pelo crime de extorsão contra vítimas naturais do município de Avelino Lopes. Segundo informações do Tribunal de Justiça do Piauí (TJ-PI), os criminosos dizim pertencer à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) para poder realizar as ameaças contra as vítimas. Os acusados são identificados como Bruno Gonçalves Sousa, Kaique Cesar Aparecido dos Santos e James Pereira de Santana.

Foto: ReproduçãoBruno Gonçalves Sousa, Kaique Cesar Aparecido dos Santos e James Pereira de Santana, respectivamente
Bruno Gonçalves Sousa, Kaique Cesar Aparecido dos Santos e James Pereira de Santana, respectivamente

De acordo com o processo ordinário que determinou a condenação dos envolvidos, Bruno foi apontado como líder do trio que vitimou Ione Mangueira Bastos e Manoel Mangueira Bastos. O trio começou a realizar ameaças contra Ione através de ligações telefônicas a partir do dia 14 de março de 2023, onde um dos criminosos afirmava ser integrante do PCC e dizia possuir informações sobre seus familiares, em especial seus pais e o irmão Manoel.

Durante as ligações, os criminosos davam detalhes sobre seus familiares, residentes do município de Avelino Lopes, incluindo as roupas que eles estariam vestindo para comprovar a veracidade das ameaças. O trio intimidou Ione, que desempenha atividades comerciais, afirmando que "arrancaria a cabeça" de seus familiares caso ele não realizasse transferências bancárias. Ao final, sete transferências foram realizadas aos criminosos. As ligações eram realizadas através de um número de DDD 11, indicando que os números eram do Estado de São Paulo.

Manoel Mangueira Bastos também foi diretamente ameaçado pelo trio, que exigiu que o mesmo transferisse o valor de R$ 120 mil. No início a vítima se negou a realizar a operação financeira, mas após mais ameaças, cedeu aos criminosos. Somadas, as transferências realizadas por Ione e Manoel ao trio totalizam o valor de R$ 370 mil.

No dia 21 de abril de 2023, Ione voltou a receber ameaças dos acusados. "Tu tá pensando q nós tá de brincadeira é? Se tu não pagar o preço a cabeça do teu irmão vai voar. E não adianta tu bloquear não", disseram os criminosos em uma mensagem destinada ao comerciante. Ione alega não ter bloqueado os números de onde as ameaças foram feitas em nenhum momento.

As ameaças só pararam quando as vítimas realizaram uma denúncia do crime no dia 20 de dezembro de 2023.

Os acusados alegam que não sabiam que o dinheiro era proveniente de extorsões e que Bruno, suposto chefe do trio, havia sido procurado por um hacker da cidade de Avelino Lopes que dizia querer invadir algumas contas bancárias. Bruno não revelou a identidade do suposto hacker, alegando querer proteger sua integridade física, porém, não há indícios que a história seja verdadeira. Os outros acusados alegaram não conhecerem o hacker. Inconsistências foram apontadas em seus depoimentos.

Os valores transferidos pelas vítimas foram encaminhados às contas bancárias dos réus Kaique César e James Pereira, que alegaram terem feito repasses à conta de Bruno. Kaique afirma ter retido somente R$ 2 mil dos valores transferidos à sua conta, enquanto James alega ter retido somente R$ 5 mil. Ambos dizem não conhecer as vítimas e que não sabiam das ameaças realizadas.

Kaique e James foram condenados a 11 anos de prisão, enquanto Bruno foi condenado a 13 anos, pelos crimes de extorsão e associação criminosa. Também foi determinado que o valor de R$ 370 mil, total das transferências realizadas pelos irmãos, deve ser restituído integralmente às vítimas.

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