Autorizada por Moraes, Michelle visita Bolsonaro na sede da Polícia Federal
A entrada dela no prédio foi permitida após autorização do ministro Alexandre de MoraesA ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro esteve na tarde deste domingo (23/11) na Superintendência da Polícia Federal, em Brasília, para visitar o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso preventivamente desde sábado (22/11). A entrada dela no prédio foi permitida após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que liberou a visita em um intervalo previamente fixado entre 15h e 17h.
A liberação ocorreu após pedido formal da defesa, que também solicitou autorização para a entrada de familiares. Moraes, no entanto, determinou que os advogados identifiquem nominalmente quais filhos desejam visitar o ex-presidente. Bolsonaro está detido por decisão do ministro, que considerou existir risco de fuga e tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica usada no monitoramento imposto pela Justiça.
Informações encaminhadas ao STF indicam que Bolsonaro utilizou um ferro de solda para tentar abrir o equipamento. A ação foi registrada por câmeras e relatada à Corte, motivando a intervenção imediata da equipe de escolta, que se deslocou ao condomínio Solar de Brasília ainda de madrugada ao detectar sinais de violação.
Durante a audiência de custódia realizada neste domingo, Bolsonaro afirmou que o episódio ocorreu durante um “surto”, supostamente causado pela combinação dos medicamentos pregabalina e sertralina. Ele alegou que sofreu paranoia, que não tem conseguido dormir e que não pretendia fugir. Segundo o relato, ao perceber o risco, interrompeu o uso do equipamento de solda e acionou os policiais.
Conforme decisão de Moraes, Bolsonaro permanece temporariamente em uma sala especial dentro da sede da Polícia Federal. O espaço tem cerca de 12 metros quadrados e dispõe de cama, televisão, ar-condicionado e banheiro privativo. O local será utilizado até que o STF defina o endereço definitivo onde o ex-presidente cumprirá a pena de 27 anos e 3 meses pela condenação relacionada à tentativa de golpe de Estado, cujo trânsito em julgado é esperado para a próxima semana.
O atendimento médico ao ex-presidente está autorizado de maneira contínua, sem necessidade de novas permissões. A médica Marina Grazziotin Pasolini já examinou Bolsonaro após sua transferência. Novas visitas seguem condicionadas a autorização judicial, com exceção dos advogados regularmente constituídos.
Michelle não estava em Brasília no momento da prisão. Ela participava de um evento do PL Mulher no Ceará e seguiu para a capital federal após a repercussão do caso. Ao chegar ao prédio da PF, não concedeu declarações à imprensa. Do lado de fora, apoiadores e críticos do ex-presidente se concentraram em manifestações simultâneas, gerando discussões e momentos de tensão.
A detenção marca o fim do período de prisão domiciliar iniciado em 4 de agosto. Segundo a Polícia Federal, a violação da tornozeleira eletrônica foi tratada como prioridade absoluta, e a reação imediata da equipe motivou o pedido de prisão preventiva, agora confirmado pela Justiça.