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Coluna com o economista e advogado Valmir Falcão, que vai abordar temas que envolvem o mercado financeiro do Piauí, do Brasil e do Mundo.

Economia brasileira cresce 3,3% no segundo trimestre de 2024; PIB avança 1,4%

Crescimento do PIB pode ser usado como um indicador de sucesso para as políticas públicas adotadas
Conecta Economia

A economia brasileira cresceu 3,3% no segundo trimestre de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo os dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em comparação aos primeiros três meses deste ano, o PIB (Produto Interno Bruto) nacional avançou 1,4%. Ambos os resultados superam as expectativas do mercado financeiro.

Foto: ReproduçãoPIB cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024
PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024

Mas afinal, que é o PIB? È a soma de todos os bens e produtos finais da economia brasileira, ou seja, é o valor de mercado de todos os bens e serviços finais produzidos em um país em um dado período (em geral, em um ano).

Mas, para que serve conhecer essa soma dos bens e serviços finais produzidos em um período? Possibilita que uma série de análises sejam realizadas, por exemplo, permitem que o tamanho de economias de diversos países possa ser comparado. É possível ainda estabelecer uma análise sobre como o PIB evolui ao longo do tempo, quando se relaciona seu desempenho durante os anos. O que não leva em conta, por exemplo, fatores como desigualdade de renda, qualidade de vida e impacto ambiental da produção econômica,

Outra possibilidade é a avaliação do chamado PIB per capita, o total do PIB do país dividido pelo número de habitantes nele. Esse dado aponta quanto cada indivíduo de um país teria de parcela do PIB, se todos eles ganhassem uma parte igual. De acordo com o IBGE, para que não aconteça uma dupla contagem são somente considerados no PIB bens e serviços finais. Por exemplo, se forem produzidos R$ 200 de soja, R$ 300 de óleo de soja e R$ 500 de margarina, o PIB desse país será de R$ 500, já que os valores da soja e do óleo já estão incluídos no valor da margarina (o produto final). O IBGE esclarece ainda que os bens e serviços finais integrantes do PIB são estimados no preço adquirido pelos consumidores.

Com isso, cada um dos impostos que incide sobre os produtos também é levado em conta para os cálculos. Não se pode interpretar o PIB como a totalidade de riquezas que um país possui. Por essa lógica, o PIB seria considerado equivocadamente como uma espécie de estoque de valores, algo como um tesouro nacional. O IBGE afirma, no entanto, que o PIB somente sinaliza uma quantidade de novos bens e serviços que foram fabricados ou oferecidos em um determinado período. Desse modo, se durante um ano, um país não produzir nada, o PIB dele será igual a zero. O cálculo pode ser feito de três maneiras:

• Método da produção: soma-se o valor agregado de todos os setores da economia (agricultura, indústria, serviços);

• Método da renda: soma-se a renda gerada por todos os fatores de produção (trabalho, capital, terra);

• Método da despesa: soma-se o valor gasto pelos consumidores, empresas e governo em bens e serviços.

Conhecer o PIB é fundamental para um país tanto no curto prazo como no longo prazo. As principais razões para isso são:

No curto prazo:
• Monitorar a economia: conhecer o PIB permite acompanhar a “saúde econômica” de um país. O crescimento ou queda do PIB é um indicador de como os ciclos de negócios estão se comportando;

• Orientar as políticas monetária e fiscal: se o PIB estiver em queda, o governo pode adotar políticas para estimular a economia, como redução de impostos e aumento dos gastos públicos;

• Estimar o orçamento privado: as empresas calibram suas estratégias de negócio conforme suas premissas, como a expansão para novos mercados ou a redução de custos em tempos de crise.

No longo prazo:
• Planejar desenvolvimento econômico: o crescimento do PIB pode ser usado como um indicador de sucesso para as políticas públicas adotadas;

• Atrair investimentos estrangeiros: investidores tendem a escolher países com forte ou potencial crescimento econômico e perspectivas de lucro a longo prazo;

• Medir o bem-estar social: o aumento do PIB pode, em tese, levar a um aumento da renda e do padrão de vida da população.

É importante considerar que é a produtividade que favorece o crescimento de um país. Da mesma maneira, crescimento não é desenvolvimento. Esse último mais atrelado a indicadores sociais. No que se refere ao aumento do trimestre, uma vez que, as expectativas do mercado financeiro apontavam para um avanço de 2,7% na base de comparação foi registrada no quatro trimestre de 2020 (-0,3%). No período, a economia sofria com os impactos da pandemia do novo coronavírus Economia nacional cresceu pelo segundo trimestre seguido na comparação com os três meses anteriores.

O PIB brasileiro avançou 1,3% entre abril e junho, ante a alta de 1% apurada nos primeiros três meses deste ano. O desempenho confirma uma retomada após uma estagnação apurada no segundo semestre do ano passado. Indústria (+1,8) e serviços (+1%) estimulam o resultado positivo. Os setores foram os que mais contribuíram para a elevação do PIB acima da expectativa de alta de 0,9% ante os três meses anteriores. Por outro lado, a participação da agropecuária encolheu 2,3%.

Com o fim do protagonismo da agropecuária, a indústria se destacou nesse trimestre, em especial na eletricidade e gás, água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e na construção. Na comparação anual, os destaques foram os mesmos. Enquanto a indústria avançou 3,9%, o desempenho do setor de serviços, responsável por quase 70% da economia nacional, cresceu 3,5% Agropecuária, houve um recuo de 2,9% na comparação anual.

Segundo o IBGE, o movimento negativo é justificado pelos recuos da produção de soja e milho devido a "condições climáticas adversas": A perda escondeu o bom desempenho da pecuária e de outras culturas, como o algodão e o café. Vamos esperar pelos outros trimestres.

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