Em Pauta

Home office ganha espaço no Piauí: 62 mil trabalhadores já adotam o modelo

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Eles trocaram o crachá pelo notebook, a cadeira da firma pela da sala de casa, o café da copa pelo da própria cozinha. O modelo de teletrabalho, mais conhecido como home office, já faz parte da rotina de 62 mil piauienses. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e mostram que o fenômeno, acelerado pela pandemia, veio para ficar.

Em 2022, o Piauí contabilizava 1.285.000 pessoas ocupadas. Destas, 5% já trabalhavam de casa. Em todo o país, o número era um pouco maior: 7,2%, o equivalente a 7,4 milhões de brasileiros. Um movimento que revela uma transformação silenciosa no mundo do trabalho, em que fronteiras entre escritório e lar se dissolvem, e novas dinâmicas se impõem.

Especialistas ouvidos pelo Piauí Negócios destacam que o home office é, ao mesmo tempo, libertador e desafiador. De um lado, o conforto, a economia de tempo e o ganho em qualidade de vida. Do outro, os riscos à produtividade, à gestão das equipes e à saúde mental. “O desafio é manter a conexão humana e o senso de pertencimento quando cada um está na sua própria casa”, afirma um dos consultores em gestão entrevistados.

E há um fator que pesa, literalmente, no relógio de quem trabalha fora: o trânsito. Segundo o IBGE, dois em cada dez piauienses levam mais de meia hora para chegar ao local de trabalho. São quase 66 mil pessoas presas diariamente entre o ponto de partida e o destino. Outras 17,5 mil enfrentam mais de uma hora de deslocamento. No total, 83 mil trabalhadores gastam boa parte do dia apenas para ir e voltar do serviço.

Para quem conseguiu levar o trabalho para dentro de casa, a rotina mudou. Mais tempo com a família, menos gasto com transporte, mas também a necessidade de disciplina, de estabelecer limites entre o profissional e o pessoal.

O home office, que começou como uma alternativa emergencial, consolidou-se como um novo modelo, híbrido, flexível e, para muitos, irreversível. Uma revolução silenciosa que começou no notebook, ganhou espaço nas estatísticas e, agora, redesenha o próprio significado de trabalhar.

Leia também