Em Pauta

Operação desarticula mais de 30 fornos ilegais de carvão no Piauí

A ação, batizada de Castelo de Barro II, escancarou a dimensão da extração ilegal de madeira

A maior ofensiva ambiental dos últimos dez anos no Piauí aconteceu na semana passada, com uma megaoperação coordenada pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) no município de Regeneração, a cerca de 150 km de Teresina. A ação, batizada de Castelo de Barro II, escancarou a dimensão da extração ilegal de madeira na região e resultou na desarticulação de uma estrutura criminosa que atuava em larga escala.

Foto: Reprodução
Operação desarticula mais de 30 fornos ilegais de carvão no Piauí

Após meses de investigação e monitoramento por imagens de satélite, a Semarh utilizou o sistema de inteligência ambiental IMAI — que cruza dados e geolocalização — para identificar focos de crime ambiental com precisão. O resultado foi a identificação de áreas com intensa atividade clandestina de produção de carvão.

“O combate aos crimes ambientais não pode ser feito no escuro. Precisamos usar tecnologia, dados e inteligência para chegar aos verdadeiros responsáveis por esse tipo de devastação”, destacou o secretário Feliphe Araújo.

Em campo, os fiscais encontraram 35 fornos em pleno funcionamento, cerca de 300 sacos de carvão prontos para comercialização e uma área de 400 hectares com vegetação nativa fiscalizada. Entre as espécies mais exploradas estavam faveira, ipê, jacarandá, jatobá e marfim, árvores de alto valor ecológico e protegidas por lei.

Segundo o gerente de fiscalização da Semarh, Mário Filho, a operação agora avança para desmantelar toda a cadeia envolvida no crime ambiental.

“Nosso foco agora é ir além dos fornos. Vamos identificar os proprietários das terras a partir do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e rastrear os pontos de venda desse carvão, principalmente em estabelecimentos comerciais de Teresina. Todos que fazem parte dessa cadeia serão responsabilizados”, garantiu.

Foto: Reprodução
Operação desarticula mais de 30 fornos ilegais de carvão no Piauí

Além das autuações em campo, os dados recolhidos servirão de base para processos administrativos e penais. A Semarh reforça que a proteção dos recursos naturais é prioridade e que novas operações já estão sendo planejadas para coibir práticas ilegais e punir os envolvidos.

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