Piauiense ficou mais de 21 horas sem energia em 2024, o dobro da média nacional

O piauiense enfrentou, em média, sete quedas de energia em 2024, que somaram longas 21 horas e 4 minutos de interrupção no fornecimento elétrico. O número é mais que o dobro da média nacional — 10 horas e 14 minutos — e resultou em uma penalidade milionária para a Equatorial Piauí, distribuidora responsável pelo serviço no estado: R$ 15,9 milhões pagos em compensações a consumidores prejudicados. O valor ainda pode ser atualizado.

Os dados fazem parte de um relatório divulgado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que avaliou o desempenho das distribuidoras de todo o país. Apesar da média nacional ter recuado 1,7% em relação a 2023, quando o tempo médio sem luz era de quase 10 horas e meia, o Piauí segue entre os estados com pior desempenho.

A Equatorial PI apareceu apenas na 21ª colocação entre as 31 distribuidoras analisadas — empatada com a Enel São Paulo. A situação se agrava por outro motivo: a empresa também ultrapassou o limite máximo de interrupções fixado pela Aneel, que era de 19 horas e 57 minutos. O resultado final foi de 21 horas e 4 minutos, descumprindo o indicador DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora).

O mau desempenho tem impacto direto no bolso da empresa. Além das compensações, o resultado afeta o chamado “Componente Q do Fator X”, mecanismo que limita reajustes tarifários para distribuidoras com baixa performance. Há ainda a possibilidade de sanções contratuais.

“A reincidência no descumprimento pode levar à restrição na distribuição de dividendos e juros sobre capital próprio aos acionistas, e, em casos extremos, à abertura de processo de caducidade da concessão”, informou a Aneel, em nota oficial.

Em todo o Brasil, as distribuidoras de energia pagaram mais de R$ 1,1 bilhão em compensações aos consumidores no último ano por descumprirem os limites de qualidade estabelecidos pela agência reguladora.

Apesar do cenário negativo, o desempenho da Equatorial PI em 2024 mostrou leve melhora em relação a 2023, quando cada consumidor ficou em média 24 horas e 4 minutos sem luz — três horas a mais que em 2024. A queda de 14,2% no tempo de interrupção, no entanto, ainda é insuficiente para colocar a empresa entre as mais bem avaliadas do país.