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Apenas 8 cidades do agro não superaram a média estadual no IDH em 10 anos no Piauí

Em valores nominais, o agronegócio piauiense movimenta mais de R$ 7,8 bilhões
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A safra recorde de mais de 6,6 milhões de toneladas esperada para 2025, segundo o IBGE, evidencia a relevância do agronegócio na economia do Piauí. Em 2021, último ano analisado, de cada R$ 100 gerados de riqueza no Estado, quase R$ 14 vieram exclusivamente desse setor. Em valores nominais, o agronegócio piauiense movimenta mais de R$ 7,8 bilhões, cifra comparável ao PIB de mais de 20 países da África e Oceania.

Com isso, o Piauí tem registrado ganhos expressivos nas últimas três décadas, consolidando o agronegócio como protagonista no desenvolvimento estadual. Entre 2010 e 2021, por exemplo, o PIB agrícola do Estado mais que dobrou, passando de 6% para 13,6%, aproximando-se do setor industrial, que ocupa a terceira posição com 14,3% do PIB estadual, atrás dos setores de serviços públicos e comércio.

Foto: ReproduçãoValor da produção agrícola do Piauí registra crescimento superior a 380%
Produção agrícola do Piauí 

Essas estatísticas mostram que, diferentemente do crescimento observado nos setores urbanos, como a indústria e os serviços, o agronegócio tem apresentado crescimento constante. Essa é a principal lição que o setor ensina: crescer de forma sustentável é mais importante do que alternar entre picos de expansão e quedas subsequentes. Esse modelo de crescimento estável torna o agronegócio competitivo e em constante evolução. Atualmente, quase 400 mil pessoas vivem direta ou indiretamente desse setor.

Esse avanço, segundo especialistas, é fruto de investimentos em pesquisa e de políticas públicas voltadas para o campo, que têm garantido sucessivos recordes de produção. Não por acaso, o agronegócio transformou a realidade de muitas cidades piauienses, especialmente aquelas situadas nos Cerrados. Um dos reflexos desse impacto está no crescimento do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das cidades que compõem o cenário agrícola do Estado.

De acordo com o IBGE, em uma década, das 39 cidades que contribuem para a produção agrícola do Piauí, apenas oito não apresentaram crescimento do IDH acima da média estadual, que foi de 33,47%. Os destaques ficaram com os municípios de Boa Hora, Curralinhos e Baixa Grande do Ribeiro, que registraram crescimento no índice superior a 60%, ou seja, quase o dobro da alta estadual. E esses números deverão melhorar, ainda mais, quando o órgão divulgar o IDH referente ao Censo de 2022. 

Baixa Grande do Ribeiro, com pouco mais de 14 mil habitantes, tem atualmente quase 75% de sua riqueza proveniente do agronegócio. O município figura entre os 50 maiores produtores de grãos do Brasil, mas, há duas décadas, o agronegócio representava menos de 68% do PIB local. Hoje, são produzidas cerca de 2 milhões de toneladas de grãos no município, o equivalente a quase um terço da safra total do Estado.

A soja e o milho são as principais culturas agrícolas no Piauí e respondem por mais de 70% das exportações, gerando uma significativa arrecadação de impostos para o Estado. Nesse contexto, os investimentos em pesquisa, tecnologia e inovação permanecem essenciais para atender às novas demandas e fortalecer a capacidade do Piauí de manter uma produção responsável. 

Aumentar a produtividade em relação à área plantada, que atualmente ultrapassa 1 milhão de hectares, será crucial. Assim, os setores público e privado precisam continuar investindo em inovação e infraestrutura para garantir um crescimento sustentável e manter o Piauí como uma referência nacional no agronegócio.

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