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Feminicídio já é a causa de 75% dos assassinatos de mulheres no Piauí

O número de mulheres assassinadas no Piauí caiu quase 60% no primeiro trimestre deste ano
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O número de mulheres assassinadas no Piauí caiu quase 60% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com 2023. Conforme dados, divulgados pela própria Secretaria de Segurança Pública (SSP) , de janeiro a março foram registrados oito ocorrências no Estado, contra 19 no mesmo período do ano passado. Trata-se de uma das maiores reduções de criminalidade verificadas nos índices de violência pesquisados pelo órgão. 

Foto: ReproduçãoDia Estadual de Combate ao Feminicídio
Dia Estadual de Combate ao Feminicídio

No entanto, essa queda não se refletiu quando a tipificação do crime é o feminicídio. Nos dois períodos analisados foram seis vítimas mortas pelo simples fato de serem mulheres, ou seja, não houve queda nem crescimento. Mas esse número de feminicídios chama a atenção no geral de mulheres assassinadas. Ele representa 75% dos casos. Foram oito vítimas de homicídios, sendo que seis delas pelo simples fato de serem do sexo feminino. 

Foto: ReproduçãoDados sobre feminicídio
Dados sobre feminicídio

Essas estatísticas reforçam que a violência de gênero é uma realidade que se traduz, cada vez mais, em dados no Piauí. Para a Lei Maria da Penha, as formas de violência de gênero são: física, sexual, psicológica, moral e patrimonial. Elas podem acontecer de forma isolada ao mesmo tempo. E por conta de uma cultura machista, os corpos femininos são lidos como territórios a serem dominados onde esses tipos de violência estão autorizados. 

“Os dados pelos dados não nos assusta, já que sabemos que nós, mulheres, somos assassinadas mesmo pela condição do sexo feminino mesmo. Então, o que podemos afirmar é que a polícia do Piauí está visualizando, cada vez mais, a perspectiva de gênero nos assassinatos de mulheres, tipificando-os em feminicídio, o que pode ser classificado como um avanço”, analisou a delegada Eugênia Villa, diretora de assuntos sociais da SSP. 

Foto: ReproduçãoDelegada Eugênia Villa
Delegada Eugênia Villa

Entretanto, a delegada ressalta que é preciso fechar todo o ano de 2024 para se ter uma análise melhor dos números, tendo em vista que ano passado a taxa foi bem menor, não chegando a 40% da casa dos assassinatos de mulheres no Piauí tendo como causa a questão de gênero. “Ano passado foram 28 feminicídios ao todo”, completou, acrescentando que o mês de abril ainda nem acabou e já se tem outros registros de crimes contra mulheres. 

Caso recente 

O mais recente ocorreu na quarta-feira (16), quando a professora Rejane Gomes, de 38 anos, foi assassinada a tiros em casa, na frente da própria filha de 6 anos, no município de Avelino Lopes, no extremo sul do Estado. O acusado do crime seria o ex-companheiro, de 48 anos, que se matou logo após. Segundo testemunhas, ele não aceitava o fim do relacionamento. 

Foto: ReproduçãoRejane era servidora pública concursada
Rejane era servidora pública concursada

E o registro de feminicídio, seguido de suicídio, foi o segundo caso em menos de uma semana, já que no último dia 12 de abril, uma mulher, de 33 anos, que não teve o nome divulgado, também foi assassinada pelo ex-companheiro, que se matou sem seguida, na cidade de Piripiri. Já no começo do mês, no dia 6, Francisca Lemos, de 39 anos, foi assassinada a facadas pelo ex-namorado, em Canavieira. O acusado está foragido.

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