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No Piauí, cresce o número de pessoas localizadas após desaparecimento

O número representa um crescimento de 35,63% em relação ao mesmo período do ano passado
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A cada reencontro, uma história interrompida é retomada. Um abraço sufocado pelo tempo e pela incerteza volta a acontecer. No Piauí, esses momentos têm sido mais frequentes. De janeiro a agosto deste ano, 236 pessoas que estavam desaparecidas foram localizadas e devolvidas às famílias, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

O número representa um crescimento de 35,63% em relação ao mesmo período do ano passado — um dado que carrega, ao mesmo tempo, estatística e humanidade. São vidas devolvidas à convivência, nomes riscados da angústia de uma busca sem fim.

Foto: Isaac Amorim/MJSPPalácio da Justiça
Palácio da Justiça

A maioria dos localizados é do sexo masculino (161 pessoas) e adultos, mas entre os reencontros também há 20 menores de 17 anos — histórias de adolescentes que, por diferentes motivos, desapareceram e voltaram ao convívio familiar.

O Piauí tem hoje o terceiro melhor índice do país em localização de pessoas desaparecidas, ficando atrás apenas da Paraíba (37,56%) e de Alagoas (346,81%) — este último com crescimento expressivo devido a ações integradas entre forças de segurança e órgãos de assistência social.

Por trás dos números, há uma rede silenciosa de policiais, assistentes sociais e voluntários que se movem contra o tempo. São agentes que ligam pontas soltas, analisam câmeras, cruzam dados, e, sobretudo, escutam. Em cada caso, há um mistério humano — alguém que partiu, alguém que esperou.

Para os que trabalham nessa linha tênue entre o desaparecimento e o reencontro, o aumento nos índices é mais que um dado positivo: é sinal de que a política de localização está amadurecendo, que o sistema nacional começa a funcionar com mais rapidez, e que o Estado se faz presente onde antes havia apenas o vazio da incerteza.

No fim das contas, o dado mais importante talvez não caiba em planilhas. Ele está nos olhos marejados de uma mãe, no aperto de mãos entre irmãos, no silêncio cheio de sentido depois de um reencontro. É ali, nesse instante, que a estatística se transforma em vida.

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