Empresário é solto e vai júri popular por matar jardineiro atropelado em Teresina
As investigações indicam que o empresário conduzia o veículo em zigue-zague e sob efeito de álcoolO empresário Jordyalaff Bezerra, de 31 anos, será levado a julgamento pelo Tribunal do Júri de Teresina por sua suposta responsabilidade no acidente que matou o jardineiro Lucas de Oliveira Marques e feriu gravemente um passageiro. A decisão, assinada pela juíza Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri, foi emitida em 19 de setembro de 2025 e também determinou a liberdade provisória do réu, preso preventivamente desde o dia do acidente.

O que diz a defesa
Em juízo, Jordyalaff reconheceu ter ingerido “três ou quatro cervejas”, mas negou ter assumido o risco de causar o acidente. Alegou que tentou desviar de um obstáculo e perdeu o controle do carro ao tocar na mureta de proteção. A defesa sustentou que não houve dolo, pedindo a reclassificação do crime para homicídio culposo e lesão corporal leve.
A decisão judicial
Ao analisar o caso, a juíza entendeu que os indícios apontam para dolo eventual, quando o condutor assume o risco de provocar um resultado fatal, e decidiu que o empresário será julgado por homicídio doloso e tentativa de homicídio.
Mesmo mantendo a pronúncia pelos crimes mais graves, a magistrada revogou a prisão preventiva e concedeu liberdade provisória. Para permanecer solto, o acusado deverá cumprir medidas cautelares, entre elas:
- suspensão do direito de dirigir até o julgamento;
- comparecimento obrigatório a todas as audiências;
- informar ao juízo qualquer mudança de endereço.
Com isso, Jordyalaff Bezerra deixa a prisão após quase seis meses detido e aguardará o julgamento popular, no qual caberá aos jurados decidir se ele agiu com dolo ou imprudência ao volante.
O acidente
O caso aconteceu em 28 de março de 2025, pouco depois do meio-dia, no trecho urbano da BR-343, que liga Altos a Teresina. Segundo a denúncia, a motocicleta conduzida por Lucas trafegava na faixa da direita quando foi atingida por um carro que vinha em alta velocidade. O impacto lançou o jardineiro contra um poste, causando sua morte imediata, enquanto o garupa foi socorrido em estado grave pelo Samu e encaminhado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Indícios de embriaguez e direção perigosa
Os elementos colhidos pela investigação indicam que o empresário conduzia o veículo em zigue-zague e sob efeito de álcool. O teste de bafômetro registrou 1,05 mg/L, mais de três vezes acima do limite considerado crime. Policiais rodoviários federais relataram sinais evidentes de embriaguez como odor etílico, olhos avermelhados e fala arrastada, além disso, encontraram garrafas de bebida e uma caixa térmica dentro do carro.

Câmeras de segurança instaladas em um condomínio e em um comércio às margens da rodovia captaram o automóvel fazendo manobras arriscadas momentos antes da colisão. Testemunhas ouvidas pelo Ministério Público também afirmaram que o motorista parecia desorientado.